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Cotidiano | 20/08/2012 | 09:23

Comunidade muçulmana celebra fim do Ramadã

Especial de Francieli Oliveira, do Jornal da Manhã

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Os últimos 30 dias foram especiais para os muçulmanos, que vivenciaram mais um Ramadã. A celebração do fim do período e foi um dia de confraternização, com muita oração neste último domingo, dia 19. Em Criciúma, a comunidade muçulmana se reuniu na mesquita e realizou as orações no Parque Centenário.

A cada ano, no mês do Ramadã, todos os muçulmanos jejuam da alvorada até o pôr do sol, abstendo-se de comida, bebida e relações sexuais. O jejum é considerado principalmente um método de autopurificação espiritual. De acordo com o islã, ao se desligar dos confortos mundanos, mesmo por um curto período de tempo, uma pessoa em jejum adquire simpatia verdadeira por aqueles que têm fome e cresce em sua vida espiritual.

“Neste ano, o Ramadã acabou ontem (sábado) e durou 30 dias. Seguimos o calendário lunar, e por isso varia em 29 e 30 dias”, explica o sheikh Adil Ali Pechliye. “Jejuamos para Deus, em adoração a Deus, cumprindo ordem de Deus”, completa o sheikh. A comemoração, um dia após o fim do Ramadã, é conhecida como Eid al Fitr, a Festa do Desjejum. O sheikh Adil explica que os muçulmanos realizam duas festas ao ano, uma é o fim do Ramadã, em que após as orações há uma grande confraternização, com um café da manhã.

Em Criciúma, eles permaneceram todo o dia na mesquita e realizaram um churrasco ao meio-dia. A outra grande festa é Eid al-Adha, em português Festa do Sacrifício. “Essas duas festas são alegria, felicidade, recordar Deus”, conta o orientador religioso. O Ramadã tem como lição sentir que as pessoas passam por necessidades e, por consequência, se tornar uma pessoa mais bondosa. “Sentindo necessidades, sentimos o que passa a pessoa que vive o dia a dia com fome, e assim o Ramadã nos incentiva a fazer a caridade ao próximo”, relata o sheikh.

Ao fim do período do Ramadã, os muçulmanos são aconselhados a doar alimentos.
Levar as orações para a Praça Centenário teve um objetivo a mais. “Queremos divulgar nossa religião e fazer com que as pessoas possam ver”, revela. Sua esposa Samia Hanib Barakat conta que ao andar com o véu pelas ruas, acaba despertando a atenção das pessoas, mas quando perguntada, aproveita para divulgar o islã.

O islamismo está baseado em cinco pilares: Testemunho de Fé, Oração, Pagamento do Zakat (Apoio aos Necessitados), o Ramadã e Peregrinação à Meca (neste caso, para quem possui condições financeiras). O comerciante Abdo Hamad comenta que o Ramadã é o terceiro pilar do islã. “Assim, a gente pode ver como os outros passam fome. Eu passo as 13 horas de jejum ao dia sem sentir nada, é bem tranquilo”, relata. Abdo nasceu na Palestina e com 19 anos veio para o Brasil, morou primeiro em São Paulo e há 50 anos reside em Criciúma.

Jamil Musa Rahman também é comerciante. Seu pai nasceu na Palestina e em 1954 veio para o Brasil, aqui casou com uma brasileira católica. Jamil conta que teve a liberdade de escolher qual religião seguiria, mas desde os 10 anos, por vontade própria, participa do Ramadã. “Minha mãe queria que eu seguisse uma religião e falou ao meu pai que ele explicasse sobre a dele, ou ela iria explicar sobre a dela, e depois de algum tempo, minha mãe acabou se convertendo ao islã”, revela Jamil. “Meu pai sempre me disse que o Ramadã serve para sentirmos no coração a necessidade de uma pessoa que pede um copo de água ou um prato de comida, podermos nos colocar no lugar dela”, completa.


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