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Cotidiano | 07/05/2011 | 18:49

Dificuldade de gerar filhos não é barreira

Especial de Joana Koscianski, do Jornal do Rincão

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Não poder ter um filho biológico deixou de ser problema para muitas das mulheres que desejam ser mãe. Hoje, elas têm na prática da adoção o caminho para exercer um amor incondicional. Aos 62 anos, Maria Cecília Manso Araújo, por exemplo, vê no filho de apenas oito anos a vitória de um ato de amor ao próximo.

Quando ela estava com 55, o cunhado faleceu. E, deixou um bebê de apenas sete meses. Por questão de saúde, a mãe do menino não tinha condições de cuidar dele. “Ele era muito pequenino e estava muito doente e frágil. Quando eu peguei ele no colo eu decidi que a partir dali eu iria cuidar dele”, lembra emocionada a mãe.

O fato de não ter conseguido ter filhos não fez com que ela desistisse de dedicar o amor maternal a outro ser. Mesmo levando uma vida simples ela resolveu adotar. O menino que está hoje na segunda série, segundo Maria, só tem dado orgulho. Ela relata que a luta para superar as dificuldades na criação dele foi grande, mas que a alegria que agora sente ao tê-lo perto dela é muito maior.

“É muito bom ser mãe, sentir este tipo de amor. Esse menino é a luz que me faz continuar vivendo”, revela. Assim como a moradora do Balneário Rincão, milhares de mulheres quebraram o tabu e se deram o direito de ter uma família, sem se preocupar com os preconceitos. Além disso, atualmente, são várias as instituições que trabalham com iniciativas de promover a prática e preservar a vida das crianças.

Com o objetivo de propiciar apoio, promover discussões, elaborar estudos, permitir a troca de experiências entre pessoas que já adotaram e aquelas que pretendem fazê-lo, é que tem sido direcionado o trabalho de Associações e Grupos de Estudo e Apoio à Adoção. O estímulo à criação destas associações ou grupos de estudos se deu pelo projeto da Corregedoria-Geral da Justiça. Foi criado por intermédio do Provimento 69/98 o Núcleo Catarinense de Estudos da Infância e Cidadania.

LEGISLAÇÃO: Em 2009, o Senado aprovou o projeto da nova lei de adoção. A proposta é para que a cada seis meses a Justiça avalie cada criança que vive em abrigo, onde só poderão ficar por dois anos. Vencido o prazo, o juiz terá que decidir se ela volta para a família de origem ou é encaminhada para adoção. Essa mudança vai atingir 80 mil crianças e adolescentes que vivem em abrigos no Brasil, entre eles, 3,5 mil que estão à espera de uma adoção.

O número de pessoas interessadas em adotar também é muito grande. Mas, a própria legislação dificultava a formação de novas famílias. A esperança é reduzir o número de crianças sem família. Essa mudança também prevê a assistência jurídica para a mãe que quiser entregar o filho à adoção. A idade mínima que antes era de 21 anos caiu para 18.

Quanto a quem pode adotar ficou estabelecido que os parentes próximos como avós, tios e primos ou quem já tem contato com o menor têm prioridade. Em seguida, pessoas que vivem no Brasil; depois, brasileiros que moram no exterior e em último caso, estrangeiros. A lei inova ao determinar que o menor seja ouvido pela Justiça depois de ser entregue a uma família substituta e por garantir ao adotado, ao completar 18 anos, o direito de ter acesso às informações sobre os pais biológicos, sem ter que entrar na Justiça. E o que muitos juízes já determinavam agora virou lei: irmãos não podem se separar na adoção.


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