Emenda poderá autorizar lixos perigosos

Mudanças em dois artigos da Lei Orgânica Municipal poderão tornar Içara o destino de materiais tóxicos, radioativos, explosivos, inflamáveis, hospitalares e patogênicos. Os itens fazem parte da Classe 1, considerada a mais nociva ao ambiente. O projeto de lei sobre este tipo de resíduos sólidos foi protocolado na última segunda-feira, dia 11. Nesta quinta será debatido então na Câmara Municipal da cidade a partir das 19h.

“O pedido de mudança foi realizado pela empresa. Atualmente o aterro mais próximo apto a receber este tipo de material está em Porto Alegre (RS). Convidamos a Fundai, a direção da Santec, a Prefeitura Municipal e o Ministério Público para ser bem explanado o assunto. Se entendermos que não vai ter problema, poderemos aprovar. Do contrário, rejeitaremos”, relata o presidente do Legislativo, Laudelino Calegari (PMDB).

“Ainda não temos o projeto pronto. Vamos primeiro ver a possibilidade de recebermos este material. Acreditamos que exista demanda na região de quase 20 ton/dia”, coloca o responsável técnico da empresa, o engenheiro sanitarista ambiental Leandro Rosso Fernandes. “Será preciso uma manta dupla de cobertura no solo. Também serão instalados sensores para detecção de algum possível vazamento, além de um telhado para evitar o contato da água da chuva. O restante das normas nós já seguimos”, completa.

“Esse tipo de material tem que ser colocado em aterro sanitário. Agora é preciso saber qual o interesse da comunidade de Içara”, relata a promotora que atua sobre o Meio Ambiente em Içara, Maria Cláudia Tremel de Faria. “Vemos com preocupação essa alteração na lei orgânica ao permitir que resíduos perigosos sejam depositados e também transitem em Içara. Um acidente poderia causar um prejuízo ambiental de grandes proporções na cidade”, indica o presidente da Fundação do Meio Ambiente de Içara, Eduardo da Rocha.