Manjedoura prepara-se para inauguração

A partir do próximo dia 28, a Casa de Acolhida Manjedoura já começará as atividades no Balneário Rincão com seis internos. Todavia, a previsão é que outras seis pessoas também sejam recepcionadas posteriormente no local, entre elas, usuários de drogas. Na Lagoa dos Esteves, a instituição funcionará na casa que pertencia ao Padre Bernardo Junkes, atualmente da Diocese de Criciúma, parceira no projeto da Associação de Famílias para Assistência ao Indivíduo Carente (Afassic).

A programação de inauguração integrará tanto a manhã quanto a tarde de domingo. Às 11h, uma missa será celebrada pelo bispo Dom Jacinto. E, depois, a Afassic sediará então o primeiro almoço solidário no local. A refeição custará R$ 7, além de um quilo de alimento não perecível. O material arrecadado será utilizado na alimentação dos internos, junto com doações já realizadas. Arroz, por exemplo, já há para um mês. “A nossa maior dificuldade é a carne”, explica o presidente da entidade, Agenor dos Santos.

Na rotina da casa, o isolamento com o exterior será direto. Somente a cada três meses o espaço será aberto a visitações dos familiares que forem indicados pelospróprios ocupantes da Manjedoura. Nem mesmo o cadastramento dos interessados no acolhimento ocorrerá no local para evitar o contato com os internos. A candidatura a uma das vagas está restrita ao telefone (48) 9927-2933. No cotidiano, os internos terão o toque da alvorada às 6h30. E, até às 17h, dividirão o dia entre orações, refeições, afazeres domésticos e lazer esportivo.

Conforme o presidente da entidade, a seleção terá como item de observação a desnecessidade de tratamento médico. Isto porque o local não é uma comunidade terapêutica, como já existem duas na mesma região. Trata-se de um ambiente para a desintoxicação voluntária aliada ao auxílio espiritual do Padre Eloir Borges. Casos de depressão, por exemplo, ainda compõe as possibilidades de atendimento. Ao todo, três monitores e um psicólogo voluntário atuarão no serviço.

“O primeiro passo é querer”, declara Agenor. “Para nós não há caso perdido”,ainda completa. Apesar da persistência na recuperação dos internos, os leitos disponíveis gratuitamente terão tempo máximo de utilização. A ocupação ficará restrita a nove meses. Mas, conforme o presidente da Afassic, este prazo poderá passar dependendo do caso.

AFASSIC - Existente há seis anos, a Associação de Famílias para Assistência ao Indivíduo Carente tem como meta o auxílio a quem precisa de conforto espiritual. Até então, isto ocorria diretamente nas ruas. E, os casos considerados de maior necessidade eram encaminhados por para casas acolhedores ou comunidades terapêuticas mantidas por outras instituições. De quase 250 atendimentos, o presidente Agenor dos Santos, calcula que pelo menos 40 pessoas se recuperaram.

Com a inauguração de domingo, a Afassic inicia assim o processo de estruturação para o acolhimento direto. No Balneário Rincão, a casa funcionará exclusivamente com homens. Contudo, a meta é que o local vire referência para mulheres com a construção de um outro prédio para o público masculino em Morro da Fumaça.