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Cotidiano | 30/09/2011 | 08:37

Rádio comunitária que vai além do dial FM

Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com

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Casado com Simoni Regina do Nascimento e pai de dois filhos.Natural de Urussanga Velha, em Içara, ele cursou Ciências Contábeis pela Unesc. Depois, cumpriu ainda pós-graduação de Auditoria Contábil e Controladoria pela Esucri. Já trabalhou na Fergas, Casan, Cecrisa e atualmente está no Grupo Jorge Zanatta. Este é Cláudio Serafim.

Além da profissão que escolheu, ele acumula também a presidência da primeira – e ainda única – rádio comunitária autorizada pelo Governo Federal em Içara. A Associação de Radiodifusão foi fundada em 1998. Mas a liberação ocorreu somente em novembro de 2007. Dois anos mais tarde assumiu o comando da freqüência 104,9 do dial FM. E, desde então continua no mesmo cargo. Trata-se do segundo mandato.

Procurado pelo Canal Içara, o contador prontamente se colocou a disposição para a entrevista. Foi questionado sobre a manutenção da rádio, a penetração da emissora na sociedade, além das atividades desenvolvidas em diferentes comunidades da cidade. È que através de oficinas de música, técnica vocal e rádio, o dial não é o único local em que a entidade marca território. Confira na íntegra a entrevista:


Como funciona a direção de uma rádio comunitária? Quem compõe o comando?
De acordo com o Novo Código Civil, a Rádio Comunitária tem uma Diretoria de três cargos: Diretor Geral (Cláudio Serafim); Diretor Administrativo (Gilmar Bonifácio) e Diretor de Operações (Manoel Arlei da Silva).

Qual a diferença entre uma rádio comunitária e uma rádio comercial?
São várias as diferenças. A principal é que uma rádio comunitária é uma associação sem fins lucrativos que tem como objetivo principal a democratização dos meios de comunicação, priorizando o acesso de toda a população que faz parte da comunidade atendida (independente de raça, credo, condição financeira e social). Enquanto uma rádio comercial visa essencialmente gerar lucro para seus proprietários.

Se não é possível comerciais, como se mantém uma emissora deste tipo?
A arrecadação pode vir de várias possibilidades: desde apoio cultural de empresas, entidades, pessoas da comunidade, além dos associados e poder público.

Como você avalia a inserção da rádio na comunidade? Há retorno na programação?
Içara viveu muito tempo com poucas opções de radiodifusão. Somos a primeira - e até agora única - rádio FM comunitária liberada da cidade. É uma conquista lenta, mas acredito que ela está conquistando seu espaço, principalmente pelo envolvimento e cobertura dos eventos que fazem o dia-a-dia da comunidade, como por exemplo as coberturas esportivas (Campeonato Içarense de futebol desde 2008; Campeonato da Larm desde 2009, Campeonato do Praião desde 2010; Campeonatos de Futebol Suíço, salão, Sub-15); coberturas culturais (Talentos da Terra na Festa de São Donato desde 2009; Evento Tributo Raul Seixas ao vivo); cobertura do Sábado dia das mães na praça, Natal Solidário na praça; debates eleitorais...

Qual o programa que é o carro-chefe da emissora? E o que faz esta atração ter tamanha importância?
Na minha avaliação o programa menina dos olhos da rádio é o "Ação Cidadania", de segunda a sexta, das 8 às 10h, pois é um programa que traz - além de informação - a participação da comunidade, seja reclamando sobre suas dificuldades, seus anseios, suas atividades. A participação e fortalecimento das entidades também é uma das prioridades nesse programa. Priorizamos também programas culturais, em especial com músicas ao vivo com talentos da nossa cidade.

- Os eventos esportivos estão inclusos entre os principais programas? Quais as coberturas prioritárias?
Temos programas esportivos como o "Em cima do Lance" (de segunda a quinta das 18 às 19) e o "Panorâma Esportivo", sábados das 12 às 14, que priorizam entrevistas com quem faz o esporte amador de Içara. Além das coberturas ao vivo de eventos esportivos da comunidade, conforme já citei anteriormente.

Além da atividade de rádio, a associação também possui um trabalho cultural. Como surgiu a ideia de abranger um ponto de cultura?
Foi quase que por acaso. Tivemos uma informação do pessoal da Casa da Cultura (em especial a Sanete), que havia um Projeto chamado Ponto de Cultura, uma parceria dos governos Federal e Estadual, quase que no apagar das luzes, no final de março de 2009. A ideia que surgiu foi desenvolver um projeto que fosse o mais abrangente possível e que priorizasse crianças e adolescentes em risco de exclusão social. Creio que pela abrangência e pelo perfil conseguimos enquadrar nos critérios de maior pontuação e, dentre os duzentos pré-selecionados de Santa Catarina, ficamos entre os 60 contemplados.

Quantos núcleos e que tipo de cursos atualmente são oferecidos?
As oficinas que já estão em atividade são: Violão (Peti do bairro Jaqueline nas quartas pela manhã e à tarde) com cerca de 20 alunos; Violoncelo, com dois alunos do Loteamento Antônio Lima; Oficina de Rádio, com a primeira turma de três alunos que se formará no final do ano. Iniciou também na última terça-feira a Oficina de Violino, com 10 alunos do bairro Jussara (numa parceria com a associação de moradores local e apoio da UACI e das agentes de saúde). Está para iniciar também as oficinas de percussão e informática. No ano que vem teremos também a oficina de Técnica Vocal.

Qual o público destes pontos de cultura?
Crianças e adolescentes em risco de exclusão social, que estejam estudando na rede pública.

A programação da rádio e os pontos de cultura em algum momento interagem?
Sim. Boa parte dos anos ainda está em formação e não estão aptos para apresentações públicas. Mas já tivemos a participação dos professores passando sobre a importância das oficinas. Tivemos uma pequena apresentação de alguns alunos da oficina de violão do Peti no evento Talentos da Terra, na Festa de São Donato, agosto último.

Quantas horas por dia a rádio tem de programação ao vivo?
Praticamente 12h por dia.

Há espaço para voluntários? Como é formada a equipe de locutores?
Sim, um dos objetivos da rádio é abrir espaço para novos talentos que possam aprender e inclusive ter oportunidades no mercado de trabalho. De forma geral em uma rádio comunitária se aprende mais pois se faz desde a locução até o comando da mesa de som.