Economia | 17/06/2013 | 20:09
Santa Cruz terá audiência pública
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
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Entre faixas e cartazes, o Movimento Içarense pela Vida pressionou a aprovação de uma audiência pública sobre a falta de água nesta segunda-feira, dia 17. O protesto ocorreu na Câmara Municipal e surtiu efeito. Os moradores de Santa Cruz terão uma reunião no salão paroquial no próximo dia 27. Serão convidados representantes do Ministério Público Estadual e Federal, Poder Executivo, Legislativo, Fundai e o Samae.
“São aproximadamente cinco milhões de litros de água jogados fora pela Mina 101 ao dia. Isto consta em relatórios enviados para a Fundai. Se tivermos que dar água para todas as comunidades, a empresa não vai trazer lucro para a cidade. É isto que a gente quer? Vamos ter prejuízo. Sem contar os riscos para a saúde e o dano ao meio ambiente. Na última semana teve um trabalhador que ficou 40min com a cabeça presa até a chegada do socorro”, coloca o vereador líder do Governo Municipal, Geraldo Baldissera (PT).
“A empresa diz que não há relação direta da atividade com a falta de água. Mas ainda não conseguiram comprovar isto. Além disso, os relatórios apresentados pela carbonífera apontam que houve aumento na vazão da água retirada no solo. Alguns casos são preocupantes. Os poços secos são fundos. Isto significa que o problema não é em decorrência da estiagem”, relata o presidente da Fundação do Meio Ambiente de Içara, Eduardo Rocha de Souza.
De acordo com o diretor de operações do Sistema Autônomo Municipal de Água e Esgoto, Acirton Costa, no início do mês a autarquia chegou a ser acionada para ajudar no abastecimento. “Fizemos umas três viagens”, coloca. “Em 2012 fomos avisados. Mas neste ano ainda não recebemos nenhuma notícia”, aponta também o coordenador da Defesa Civil de Içara, Selonei Nascimento Carvalho.
Segundo a engenheira química das Empresas Rio Deserto, Rosimeri Venâncio Redivo, a mina instalada na comunidade de Santa Cruz já tinha um balanço hídrico. Devido a notificação da Fundai, colocou então uma calha para a medição da vazão. “Estamos bem tranquilhos. Temos mais de oito poços profundos para medição e também monitoramos o nível de água na comunidade. Só não fazemos isto nas propriedades em que os donos não autorizaram. A falta de água ocorre por causa da falta de chuva. Temos estudos que indicam isso”, contrapõe.