Cotidiano | 05/10/2009 | 15:01
A volta do menino
João Paulo De Luca Jr (Jornal Agora) - redacao@jornalagoraonline.com.br
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Com as chuvas recentes, cresce a preocupação de que a destruição ocorrida em 2008 se repita nesse final de ano em Santa Catarina. Ainda mais que, baseados nos dados preliminares referente à média de chuvas no mês de setembro – o mais chuvoso nos últimos 30 anos – os meteorologistas prevêem uma primavera tomada pela instabilidade climática, com a predominância de chuvas e temporais.
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Essa turbulência é causada principalmente pela ocorrência do fenômeno “El Niño”, provocado pelo aquecimento das águas do pacífico, que alteram as massas de ar quente e polar, alterando seu ponto de encontro e sua intensidade. Historicamente, o “Menino” atinge a costa brasileira de forma irregular em intervalos entre 2 e 7 anos. Ele também é sucedido pelo “La Niña”, cuja atividade é causada justamente pelo resfriamento das águas, que retornam à sua temperatura média.
O El Niño foi reconhecido inicialmente por pescadores da costa pacífica da América do Sul, que começaram a prever, com relativa precisão, a freqüência do aquecimento das águas. Como os efeitos do fenômeno são considerados de “curta duração”, entre 12 e 18 meses, e ocorrem com maior força próximo ao Natal (por isso “El Niño”, em referência ao Menino Jesus).
No Brasil a variação no volume de chuvas depende de cada região e da intensidade do fenômeno. A temperatura aumenta na maioria das regiões. No Norte e Nordeste há redução da precipitação e secas, o que piora ainda mais a situação no Sertão nordestino e aumentam as chances de incêndios florestais na Amazônia. No Sudeste, aumento a temperatura média. Já na Região Sul, os efeitos são mais variados, com aumento da temperatura média e do volume de chuvas, principalmente na primavera e no período entre maio e julho.
A última vez em que o El Niño ocorreu com forte intensidade foi na primavera/verão de 1997/1998.
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