Aberta a temporada de integração das raças

Hassan Khodr decidiu sair do Líbano aos 20 anos de idade, pensando no futuro. De todos os países do mundo, optou pelo Brasil. “Eu tinha uma infinidade de locais para morar, mas decidi vir para cá e não me arrependo. Se tivesse que voltar no tempo, escolheria a mesma coisa. O Brasil é maravilhoso, só volto para o Líbano a passeio, mesmo”, conta.

Por conta dessa forte ligação com a Arábia, Hassan deixou a atual residência, em São Paulo para prestigiar a 24ª Festa das Etnias, em Criciúma. “Recebi o convite do meu tio, que mora aqui, e resolvi conhecer. Acho muito importante manter as tradições dos povos colonizadores. Assim, os meus filhos e netos não esquecerão o passado e como foi difícil o início da vida em terras estrangeiras”, destaca.

Assim como Hassan, centenas de pessoas compareceram na abertura oficial de mais uma Festa das Etnias, ontem, à noite, no pavilhão de exposições José Ijair Conti. O local esteve lotado de visitantes, que prestigiaram a cerimônia. De acordo com o presidente do evento e da etnia portuguesa, George De Luca, a expectativa para este ano é a melhor possível. “Desta vez, a festa ficou pronta com bastante tempo de antecedência, facilitando o planejamento dos grupos étnicos. Dois dias antes da abertura ela já estava praticamente montada”, fala.

Uma das medidas tomadas para deixar a festa ainda mais popular foi liberar a entrada, cobrando apenas na quinta e na sexta-feira o valor simbólico de R$ 3. “Com isso, gostaria muito de chegar aos 100 mil visitantes durante os seis dias, seria maravilhoso”, comenta. A mudança agradou o casal Arvelino Brognoli e Mafalda Scott Brognoli, de Criciúma.

“Acho interessante não cobrar a entrada, é uma medida acertada. Viemos para provar essa gastronomia maravilhosa e prestigiar o evento. Somos de origem italiana, e nada melhor que comer uma minestra quentinha”, diz Mafalda. “No primeiro dia já deu para perceber que a festa está uma maravilha. A cada ano que passa ela melhora. Acho muito importante valorizar os povos que colonizaram a cidade. Essa confraternização entre raças é fantástica”, completa Avelino.

Alem das apresentações culturais e da gastronomia diversificada, as exposições chamam a atenção dos visitantes. No total, 60 empresas ou autônomos mostram o que de melhor a cidade oferece. “Estamos na expectativa de que o resultado seja bom. Na última festa vendemos bem, mas a torcida é para que este ano seja ainda melhor”, ressalta o artesão David Eing. Conforme o coordenador da festa, J. Vidal, os expositores são 100% de Criciúma. “O material que eles apresentam vai ser conhecido por moradores de toda a região. É muito importante essa integração entre os visitantes, entre os municípios. A comunidade deveria se reunir na nossa festa. Essa é uma das melhores do Sul, deve ser reverenciada por todas as pessoas”, fala.

PROGRAMAÇÃO - Uma vasta programação foi preparada para a comunidade. A festa iniciou ontem com apresentações culturais e o show da dupla Neguinho & Emanuel. Hoje, os grupos de danças abrem a festa a partir das 19h30min, e a noite é encerrada com Teto Fernandes e Gisele & Sandro Henrique. Na quinta-feira, GDO do Forró e Sandro Dias fazem a festa a partir das 22 horas. Sexta-feira, o som fica por conta de Fernando Strada e Matusa. No sábado, a alegria de uma banda alemã, de Blumenau, invade o pavilhão. A festa termina com chave de outro no domingo, com almoço festivo. “Fizemos uma programação para agradar a todos os gostos. As pessoas não podem deixar de prestigiar a nossa festa”, afirma George De Luca.