Cotidiano | 21/10/2013 | 09:28
Andropausa: a menopausa masculina
Especial do Jornal Gazeta
Compartilhar:
Cansaço, tristeza, irritabilidade, falta de desejo sexual. Muitos homens sofrem com esses sintomas a partir dos 50 anos e acreditam serem normais devido ao envelhecimento. Mas a causa para estas mudanças físicas e emocionais, entretanto, pode indicar um problema mais grave: o distúrbio androgênico do envelhecimento masculino (Daem); também chamado de Hipogonadismo de Início Tardio e conhecido popularmente como “andropausa”. A doença atinge cerca de 20% dos homens acima dos 60 anos.
Alguns estudos feitos pela Universidade da Califórnia, por exemplo, revelaram que baixos níveis de testosterona podem aumentar as chances de morte entre homens acima de 50 anos. Justamente para evitar que a situação chegue a esse ponto, o tratamento deve ser iniciado logo ao se verificarem os primeiros sintomas. “Para isso, o homem deve conhecer muito bem o seu corpo para perceber as pequenas alterações iniciais. A partir daí, médico especializado deve indicar qual o tratamento a ser feito”, orienta o urologista, Rozenir Ramos.
O médico compara o processo com a menopausa que acontece com a mulher, sendo que a grande diferença segundo ele, é que no DAEM, não há interrupção na produção hormonal pelo organismo. “Já na mulher, a menopausa está diretamente associada à função ovariana. Por não haver processos interrompidos, a medicina já vem tentando mudar o termo andropausa pelo termo “Declínio hormonal do homem idoso”, explica.
Conforme o urologista, a partir dos 40 anos de idade, há um declínio da taxa de testosterona no sangue, que é o hormônio masculino, responsável por todas as características típicas do homem. “O sintoma associado de maneira mais frequente é a baixa libido, podendo estar acompanhada de outras manifestações como disfunção erétil, diminuição da massa e da força muscular, aumento da gordura corporal, densidade mineral óssea diminuída e osteoporose, vitalidade diminuída e humor deprimido. Esta condição pode resultar em um declínio significante na qualidade de vida e pode prejudicar a função de sistemas orgânicos”, informa.
Com a perda das características masculinas, o homem tende a se sentir incapaz de conquistar, de desejar, e até de competir por qualquer mulher. Os casados perdem a intimidade e a regularidade sexual com a parceira, e os solteiros tendem a não disputar a atenção das mulheres. “Frequentemente os homens que sofrem com a queda dos níveis hormonais, não se sentem aptos a concorrer com homens mais jovens, e julgam-se despreparados ou “fora do páreo” na disputa pela conquista de alguma mulher. Todos esses sentimentos mexem com a autoestima masculina. Por muitas vezes, essa baixa autoestima acaba por interferir nas posturas dentro da área profissional, social e conjugal. Detonando assim a virtude de liderança e competitividade nas relações inerente ao homem saudável”, comenta o médico.
Os fatores de risco para o aparecimento do hipogonadismo em homens mais velhos incluem doenças crônicas, como diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, artrite inflamatória, doenças renais e doenças relacionadas ao sistema imunológico, obesidade, síndrome metabólica e hemocromatose.
O diagnóstico do declínio hormonal pode ser feito através de exames laboratoriais. Entre eles estão às dosagens hormonais e o exame urológico detalhado. Constatado o quadro de DAEM (“andropausa”); o paciente deve ser encaminhado para avaliação sobre os tratamentos e necessidades particulares. Em relação ao tratamento, a reposição de testosterona é efetiva e traz bons resultados.