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Cotidiano | 27/02/2012 | 11:01

“Animal é coisa séria”, alerta Djonatha

Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com

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Aos 23 anos, Djonatha Geremias preside uma das mais recentes entidades da cidade. A responsabilidade do jovem içarense recai no comando da Associação Amigo Bicho. A posse ocorreu após dois meses de engajamento na organização não governamental que virou referência em proteção ao animal.

“Quando tinha uns 10 anos, estava jogando bola com meu amigo e começamos a ouvir miados, sem saber de onde vinham. De repente, os miados pararam... E fomos procurar de onde vinham. Encontramos uma ninhada de filhotes embaixo de uma casa. O dono estava ali com eles, quebrando o pescoço dos filhotes e arremessando no meio de mato. Naquele momento, despertou em mim uma mistura de indignação”, revela. “Esse cara não é um caso isolado. Na ONG, já vi vários casos desses”, completa.

Acadêmico em Jornalismo, Djonatha atua também na assessoria de imprensa da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Criciúma. Já fez parte ainda do quadro funcional da Associação das Micro e Pequenas Empresas de Criciúma e Região, Jornal Içarense, Jornal A Cidade, Içara News, Portal Satc e Rádio Cidadania Digital (104,9 FM).

Ao ser entrevistado pelo Canal Içara, o presidente da instituição esmiuçou os planos da associação, explicou a finalidade dos trabalhos, manifestou opinião sobre a castração dos animais de ruas e ainda deu dicas para uma posse responsável. “Ter um animal não é como comprar um brinquedo”, alerta.

“Desde criança eu sempre gostei de animais e sempre fiquei triste porque não podia ter. Eu pequeno não sabia cuidar e minha mãe não tinha tempo e dinheiro para cuidar dos cães e gatos que eu vivia trazendo para casa. Agora, moramos em apartamento e a regra do condomínio impede a criação de animais domésticos. Entrei para a ONG acreditando que era uma forma de compensar essa vontade de cuidar de animais. Mesmo não sendo o dono deles, eu poderia ‘ter’ muitos com o mesmo carinho como se fossem meus”, pondera. Confira a entrevista na íntegra:

Ao verem um animal na rua, muitas pessoas associam o recolhimento diretamente à associação. Esta é a função da entidade? Qual a razão de existir a organização Amigo Bicho?
A função da ONG é zelar pelo bem-estar animal em Içara. Ultimamente, temos recolhido animais de rua em estado grave de saúde (ou por doença, ou por violência, ou por incapacidade de sobreviverem sozinhos, no caso de filhotes). Não é função da ONG recolher animais de rua. Isso deve ser administrado pela Prefeitura Municipal. A ONG é um grupo de cidadãos voluntários que gostam de animais e estão juntos para compreender como esses animais estão sendo tratados no município, tanto pelo governo quanto pela população, e tentar criar projetos para solucionar os problemas em grande escala, e não apenas cuidar de casos individuais menores.

Existe um cálculo de quantos animais foram tratados até agora?
Não existe uma estimativa de quantos já foram tratados. A ONG deu os primeiros passos há menos de um ano e não contou com grandes recursos ou estrutura perfeita. Já foram atendidos muitos e muitos casos de animais violentados, abandonados, doentes e outros à beira da morte. Agora, queremos mudar isso, tendo um controle com banco de dados de animais atendidos e doados. Atualmente, temos parceria com a dona de um sítio que permite que cuidemos de alguns animais lá até que sejam doados, mas o custo é alto. Queremos nos focar mais em projetos sociais para conscientização e prevenção, sem deixar descuidados os casos graves.

Como ocorre o tratamento? Existem clínicas parceiras? E como se mantém a entidade?
Qualquer tratamento acontece por orientação médica veterinária. Tivemos parcerias com clínicas que nos ajudavam a lidar com doenças, remédios e tratamentos. A entidade se mantém com doações espontânea de voluntários, pedágios solidários, doações de medicamentos por clínicas, de rações por pet shops e agropecuárias, entre outras empresas que ajudam como podem.

A organização Amigo Bicho atuará junto ao canil municipal? Como está a obra?
Nós queremos muito, mas ainda não há definição de que acontecerá, ou como acontecerá.

Dentre os animais adotados, qual a taxa de rejeição e abandono novamente?
São poucos animais que não dão certo com o novo dono. Não há uma estimativa precisa por enquanto.

Qual o principal motivo de as pessoas abandonarem animais?
O que mais encontramos são filhotes abandonados. Os donos possuem uma cadela e, por exemplo, não cuidam dela no período do cio. Ela tem vários filhotes, que são abandonados por aí. O que surpreende é que são abandonados em locais que não há circulação de pessoas para poderem encontrar. Um caso recente foi o abandono de cinco filhotes atrás da capela mortuária da Lagoa dos Freitas.

A castração dos animais de rua é uma solução?
Sim. Não só os de rua, mas os domésticos também. A castração custa entre R$ 60 e R$ 120. É uma cirurgia simples e rápida, que pode ser feita em animais machos e fêmeas. A castração é uma prevenção, um investimento que evita sofrimento.

Há planos para ampliar a atuação da instituição não governamental? Quais?
A ONG depende de voluntários e de recursos financeiros. Crescendo o número de pessoas comprometidas em ajudar e trabalhar pela causa, a ONG cresce junto. Não temos uma sede, o que nos faz falta. Mas a prioridade é o cuidado com os animais.

Qual mensagem que você deixa para quem tem um animal ou pretende ter?
Planejem. Ter um animal não é como comprar um brinquedo. Animais domésticos, em geral, têm períodos de vidas longos. A média em cães e gatos, por exemplo, é de 8 a 12 anos. Além disso, veja se você tem ou terá condições financeiras de alimentá-lo, vaciná-lo, tratá-lo quando doente, e castrá-lo se possível. Animais têm sentimentos e sofrem, sentem dor e fome. Não adianta fazer uma apologia à adoção irresponsável. Animal é coisa séria.