Lucas Lemos [Canal Içara]
Cotidiano | 04/01/2019 | 09:53
Aproveite uma nova oportunidade para recomeçar
Simone Luiz Cândido
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Dia 1 de janeiro começou a nova viagem pelo ano de 2019. Comecei comemorando mais um aniversário. Há 17 anos minha companheira de aniversário partiu para a eternidade, minha querida mãe Fátima Lacerda. Ela fazia aniversário dia 31 de dezembro e eu faço em 1 de janeiro. Quanta falta nos faz.
Sempre levava flores em homenagem a ela no cemitério. Num certo ano resolvi plantar um canteiro de girassóis na floreira da minha casa. Aguardei algum tempo, reguei, cuidei e para minha surpresa vieram muitos girassóis de vários tamanhos e espécies diferentes. Quem passava por nossa casa se admirava da beleza dos girassóis. Deixei no canteiro e por fim vieram os pássaros e comeram as sementes.
Assim se cumpriu o ciclo dos girassóis. Minha mãe em vida sempre gostou de flores, nos ensinou a plantar, colher, dar sementes para outras pessoas, dividir as mudinhas de flores. Certa vez, num dia de finados ela chegou a casa trazendo um galho de flor. Perguntei de onde veio essa flor: "Ganhei de uma amiga. Pedi um galhinho e ela me deu". Ela plantou o tal galhinho e floresceu. Eram crisântemos brancos. Depois eu descobri que a tal amiga já havia falecido. O pedido foi aceito. A flor floresceu.
Pensar em renovação é lembrar-se das sementes de girassol que plantei. Eram apenas sementes de cor cinza e brancas. Cuidadas e regadas com amor, deram muitas flores. Assim somos nós. Cada um no canteiro da vida, de formas diferentes, somos pessoas diferentes. Pude observar que os girassóis não se importavam com as diferenças entre eles, uns eram pequenos com suas folhas dobradas, outros um pouco maiores com muitas flores, alguns ainda bem altos folhas lisas. Surgiam muitas abelhas procurando pólen para transformar em mel.
Todos nós podemos ter belezas escondidas dentro de nós cada um a sua maneira. Somos seres diferentes uns dos outros. O que transforma nossas sementes em girassóis com belas flores é nossa resiliência diante das intempéries da vida. Podemos ficar parados esperando “cair do céu” a solução ou podemos lutar seguir em frente tentando sempre crescer fazer algo diferente.
Após muitas festas de início de ano precisamos seguir em frente, retornar a realidade. Vivemos correndo contra o tempo. Passa muito depressa para alguns, para outros demora muito, por exemplo, para quem aguarda a chegada de seus filhos na fila de adoção. O tempo parece uma eternidade. O que fazer nesse ano que dizemos ser novo? Bom podemos começar visitando algumas pessoas que não vemos há algum tempo. Quem sabe reatarmos alguns laços que foram rompidos ou quem sabe nem chegaram se tornarem laços. Talvez haja ali grande aprendizado que por ventura tenhamos deixado de lado.
Assistir as apresentações de nossos filhos, para eles é muito importante. Nem sempre nossas crianças serão grandes artistas, mas as atividades que exercem moldam o caráter e se nós estivemos por perto no futuro se sentirão seguros e felizes por terem sido amados. Dar um pouco de tempo para fazermos atividades diferentes, na vida temos tantas coisas que fazemos quase que de modo automático. Que tal mudarmos isso com atividades não previsíveis?
Nossas casas precisam ser usadas para vivermos, de nada adianta uma casa arrumada se nela não pudermos receber pessoas para se sentirem felizes. Cozinhar nossa própria comida, dividir com pessoas especiais, fazer diferente dos outros anos mudar os personagens da história. Quantos esperam por um convite nosso e nunca receberam. Que tal mudar isso nesse ano?
Lembrar com muita alegria dos que já partiram para eternidade, pois nos deixaram muitas lições e aprendizados. Ouvir suas músicas preferidas, sorrir sentir o amor que ficou. Recomeçar, planejar em curto prazo, pois assim será mais fácil de cumprirmos nossas promessas. Semear flores, plantar árvores, ler livros, conversar com amigos, ir ao cinema, assistir filmes novos e até filmes infantis. Já tenho alguns na lista: O Rei leão, Aladdin e Turma da Mônica Laços. Nem vou dizer que irei por causa das minhas filhas, irei por mim mesma por que na minha infância nunca tive oportunidade de ir ao cinema.
Escrever textos sem copiarmos de ninguém, expressando nossos pensamentos próprios sem medo de sermos nós mesmos. Sermos melhores do que fomos no ano que findou. E quem sabe, no fim desse ano de 2019, possamos dizer foi um ano de grandes recomeços e de muito aprendizado.