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Cotidiano | 11/05/2013 | 09:10

Aumento no número de alunos preocupa

Especial de Samira Pereira, do Jornal da Manhã

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Caso tivesse sido aprovada, a reenturmação das salas de aula já teria entrado em vigor na semana passada. O objetivo do Governo do Estado era diminuir o número de profissionais Admitidos por Caráter Temporário (ACT). Para isso, turmas seriam juntadas, a quantidade de alunos aumentaria, mas o espaço físico permaneceria o mesmo, minimizando o número de profissionais e, em contrapartida, dificultando o aprendizado. Por enquanto, nenhuma decisão oficial foi tomada, fazendo com que os professores, pais e alunos aguardem pelo deferimento ou não da questão.

Enquanto isso não acontece, as aulas seguem normalmente com a expectativa de mudanças em breve. Para a professora de química da Escola Sebastião Toledo dos Santos, o Colegião, Angela da Silva, a reenturmação interfere em dois pontos principais. Um deles, talvez o mais importante, é o atendimento individual do aluno. “O tempo que eu posso utilizar ensinando vai diminuir drasticamente. Se a aula tem 45 minutos, utilizo pelo menos 20 deles explicando, e o resto é usado para atender um por um. Se houver a reenturmação, terei menos de um minuto para cada aluno”, esclarece a professora.

Outro ponto que deve ser ponderado, avalia, é com relação à troca de professores. “Se os estudantes mudam de turma, correm o risco de mudar de educador também. E eles podem estar em diferentes momentos da disciplina. Com certeza serão prejudicados”, expõe Angela. O colega de profissão, Adriano Paulo, que ministra aulas de física no Colegião, concorda. “É humanamente impossível colocar 40 pessoas num espaço onde cabe 25. A qualidade no ensino vai cair muito, não temos nem como mensurar. Nós tentamos sempre melhorar o nosso trabalho, mas o Governo acaba piorando a situação”, fala Adriano.

A falta de estrutura da sala e a pouca ventilação em algumas delas também seriam evidenciadas com o novo sistema. Assim, torna-se mais fácil a proliferação de doenças respiratórias, principalmente no inverno. A ênfase dada pelos docentes é com relação à gripe e gripe A, comuns nesta época do ano. “Isso nos preocupa bastante. Agora só resta aguardar a decisão da promotoria para ver o que será feito. Acreditamos na coerência e ponderação dos responsáveis por isso. Trinta alunos em uma classe já é o suficiente, mais que isso prejudicará a educação”, completa Angela.

Além das dificuldades em ensinar mais alunos no mesmo espaço, os professores dizem que a evasão escolar também preocupa os docentes. Isso porque a tendência é de que os alunos queiram sair da escola por conta das dificuldades no aprendizado. “De que adianta gostar de vir para a aula e querer aprender, se isso não será possível? Estamos receosos de que aconteça uma evasão em massa. Se o aluno não alcança o seu objetivo, e o professor não consegue atingir os seus, de fazer o estudante aprender, a probabilidade de isso acontecer é grande”, coloca Angela. “Se a reenturmação for aceita, eles não terão nem o ar puro para respirar dentro da sala de aula”, pondera Adriano.