Bailarinas de Içara vivenciam rotina profissional com Caroline Machado

Ficar longe da família foi o primeiro obstáculo. “Não conhecia ninguém. Tudo era diferente”, coloca Caroline Machado, de 23 anos. Mas tanto esforço pelo balé foi recompensado. “A vida dos bailarinos é assim. É sempre um desafio”, garante a jovem piauiense hospedada em Içara para ensinar as meninas da Fundação Municipal de Cultura e Esportes nesta semana. Foram três dias de aulas fechadas e também de experiências apresentadas. A partir das 9h deste sábado o encerramento acontecerá aberto então ao acompanhamento dos pais.

Conforme Caroline, o interesse pelo balé foi descoberto ao assistir uma apresentação quando era criança. Ela se mudou de Teresina para Blumenau, em Santa Catarina, onde iniciou no Bolshoi. Foram oito anos até a formatura em 2012 e o ingresso na companhia jovem. Em 2014 foi contratada para a Cia da Gelsey Kirkland Academy, em Nova Iorque, e atualmente trabalha no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. “Quero continuar dançando e me tornar uma bailarina melhor. A busca é sempre pela perfeição”, relata.

No balé profissional não há espaço para quem tem dúvida dos próprios sonhos. “É bem puxado. Indiferente do país, somos sempre cobrados para o máximo de empenho”, afirma. “Mas nos Estados Unidos eles valorizam a arte como um todo. As pessoas agradecem por existirmos e fazerem sonharem um pouco. É uma visão um pouco diferente do que aqui no Brasil”, coloca. “Não basta gostar, tem que amar. É preciso também foco e determinação. É preciso de uma alimentação equilibrada e mente sempre limpa”, pontua.

“Para as meninas de Içara esta é uma oportunidade de ter vivência com uma bailarina que vive da dança. Elas vão ter um pouco mais de noção do que praticam diariamente e também um exemplo a se espelharem”, coloca o professor da FMCE, Lucas Luciano Fernandes. Os recursos para o deslocamento de Caroline foram conquistados com a ajuda de familiares e amigos através de uma rifa.