Cotidiano | 27/03/2007 | 00:09
Comunidade da Vila Esperança pede ajuda para preservar história
icara.sc.gov.br
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Uma das primeiras casas da comunidade da Vila Esperança está com a estrutura precária e a comunidade luta para que se transforme em patrimônio histórico, com o apoio da Casa da Cultura. A residência pertence a família Guglielmi e foi onde morou Santos Guglielmi e sua esposa Hilda Fontanella Guglielmi. Construção considerada moderna demais para década de 40, quando foi erguida na região, a casa possui ainda alguns detalhes que mostram o conforto vivido pela família. Banheiros com água quente, encanamentos feitos por meio do fogão à lenha, banheiras de louça, poço artesiano e geladeira com motor a querosene ainda podem ser visto pelos visitantes.
Porém, a beleza da construção foi tomada pelo descaso e invadida por vândalos e usuários de drogas. Vidros quebrados na parte de fora e nos armários do interior da casa, camas em pedaços, colchões queimados deixam o local com um aspecto de casa “literalmente” abandonada.
Parte do telhado está caindo, um grande pedaço do assoalho da sala foi roubado para fazer fogo e há pichações no interior da residência. Com dois poços artesianos abertos e totalmente sem proteção o local acaba oferecendo inclusive, perigo para a comunidade.
Conforme o primeiro jardineiro da casa Pedro Bosquette, é grande a saudade dos velhos tempos. Ele era responsável pelo embelezamento do jardim, e afirma que a casa era considerada um castelo na época. “Os herdeiros do seu Santos Guglielmi nos doaram a casa, pretendem doar ainda a reforma, porém, é muita burocracia para ser oficializado o tombamento”, destaca. Segundo ele, dona Josefa sua esposa, ajudou a criar os sete filhos de seu Santo e dona Hilda. “Isso é uma vergonha para Esperança”, desabafa Bosquete.
Para a coordenadora da Casa da Cultura Silézia Augustinho, o tombamento precisa ser providenciado o mais rápido possível. “A casa está servindo para encontro de vândalos e usuários de drogas e poderia ser um espaço utilizado por vários segmentos da comunidade para reuniões e encontros importantes”, considera. Ela destaca que além da sujeira e do desprezo da construção. Hoje o responsável pela casa é Reginaldo, filho do casal. “Ele é totalmente a favor da preservação da casa e do patrimônio”, conta seu Pedro Bosquete, que faz o intermédio nas negociações, entre a família e a Casa da Cultura. Segundo ele, o problema é burocrático, já que Reginaldo prometeu inclusive doar a reforma para que a comunidade tome conta do local. A família Guglielmi também doou a igreja da Vila Esperança, com pintura original e completamente feita pelo artista plástico Pedro Cechett.