Cotidiano | 11/06/2011 | 07:00
Dama de vermelho, a lenda içarense
Derlei Catarina De Luca - derlei.deluca@canalicara.com
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A história é recente, mas nem por isso deixa de ser fantástica. Quem conta jura que é verdade embora não consiga responder várias perguntas. Durante meses foi só o que se falou nos ônibus, nas escolas, campos, filas e festas. Contam que aconteceu no Carnaval.
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A primeira noite rolou animada. A mocidade dançava, bebia, curtia, namorava e se abraçava. No meio disso, uma linda moça de pele clara um tanto pálida e vestido vermelho dançava graciosamente no salão. Perambulava sozinha. O vestido muito bonito não era propriamente de carnaval. O garoto foi se achegando e bem aceito. Dançaram a noite inteira, se despediram e combinaram de se ver na noite seguinte.
À noite ele se arrumou todo, caprichou no perfume e no clube ficou meio separado dos amigos esperando a garota chegar. O coração bateu forte quando a viu se aproximando. Caminhava devagar e ele foi ao seu encontro. Dançaram, brincaram. Ela não bebeu nada e mesmo brincando não transpirava. Mas em festa que é o Carnaval quem repara nestas coisas?
No final da noite ele insistiu em acompanhá-la. Era uma moça sozinha nas ruas de Içara e ele um cavalheiro. Acompanhou-a até frente próximo ao Complexo Esportivo João Ramos Roussenq. Ela disse que estava quase em casa e ele não precisava ir até lá. Não combinaram nada, mas era certo que iam ver-se no dia seguinte. Ele não tinha dúvidas e voltou sorrindo para casa.
Na noite seguinte quando ela chegou, caminhou direto para ele que a esperava ansioso. Ele já se sentia apaixonado. E ela? Sorria e sorria. Ele estava decidido a acompanhá-la até em casa e insistiu. Foram caminhando pela rua, passaram frente ao lado do Complexo Esportivo e na frente do cemitério ela parou e disse: “Eu moro aqui”.
Nesta parte a história apresenta outras versões. Alguns contam que ela insistiu em continuar sozinha e ele ficou olhando para ver aonde ela se dirigia. Outros dizem que o rapaz estava acompanhado de amigos. Os amigos viram a moça entrar no cemitério; entraram atrás e encontraram o vestido vermelho ao lado de um túmulo. Outros dizem que realmente existia um túmulo com uma foto de uma linda moça vestida de vermelho.
“Foi minha aluna” – disse uma professora da escola da cidade. Nos ônibus, várias pessoas comentavam o assunto e circularam três diferentes versões sobre o destino do rapaz. Uma dava conta que ele morrera de susto. Outra que ele ficara tão chocado que fora internado no hospital do Rio Maina, em Criciúma, e lá faleceu. Outra versão conta que desistiu de viver depois de ter recebido um telefonema no celular.
Quem era o rapaz? Quem o conheceu? Quem era a moça? Alguém mais a viu? Nada disso foi respondido. Outra versão da conta que, dois amigos bateram foto do rapaz abraçado com a moça e quando revelaram o espaço dela estava em branco. O detalhe do celular faz pensar que a historia é atual. Afinal não faz tanto tempo assim que existe celular em Içara. Contam ainda que ele recebeu uma mensagem no celular. Chamou o número que gravado na memória. Um homem atendeu, disse que o celular tinha sido da filha que falecera.