logo logo

Curta essa cidade!

HUB #IÇARA

Venha fazer também a diferença!

Comunicação + Conteúdo + Conexões

Acessar

Cotidiano | 01/07/2013 | 13:50

De geração a geração, lenda divide opiniões

Especial de Amanda Tesman, do Jornal da Manhã

Compartilhar:

Entre os mais novos, a lenda do túnel mal assombrado de Siderópolis parece ser pouco conhecida. “Já ouvi falar sobre isso, mas não sei ao certo a história não”, comentaram alguns. “Realmente existe essa história, só que eu não acredito nisso”, defenderam outros. Já entre os mais velhos, a história ganha outras formas. “Eu, particularmente, nunca vi nada, mas tem pessoas que dizem que escutaram vozes e viram vultos”, relata José Belarmino, de 61 anos.

Desde criança, ele afirma ouvir estas histórias. “O meu pai foi uma das pessoas que trabalhou na construção do túnel. Ele chegou a contar que algumas pessoas morreram durante os trabalhos. A história que o túnel é assombrado existe desde a criação. Andei muitas vezes ali, inclusive durante a noite, e nunca vi e nem escutei nada, mas tem gente que diz já ter escutado gritos e visto gente”, comenta.

Silvio Fernandes, de 50 anos, já trabalhou em mina. Ele também nunca observou nada de anormal no local, mas revela que os colegas de trabalho evitam passar por lá por medo. “Eles diziam que escutavam barulhos estranhos, que viam gente. Eu também sempre escutei essa história, mas nunca vi nada”, frisa. Entre os relatos populares, estão os de pessoas que viram uma luz incomum no interior do túnel que, ao se aproximar, se apagava. Os sons e vultos, segundo a crença popular, seriam provados pelas pessoas que morreram na construção da passagem do trem.

O túnel por onde passa a Ferrovia Tereza Cristina, utilizado até hoje para o transporte do carvão, com 388,45 metros, fundado em 1944, encanta na chegada, remetendo os visitantes a década de 40. Ao tentar atravessar, o clima úmido deixa o ambiente sombrio. O fato de não saber o horário de passagem do trem assusta, forçando o transeunte a olhar constantemente aos lados para verificar se está próximo aos salva-vidas, que são os buracos na parede que servem para se esconder durante a passagem do trem. “Quando o trem se aproximada dá medo mesmo”, alerta José.

Para Neno Berlamino Rosso, de 72 anos, a história não é verídica e teria surgido por causa de brincadeiras de crianças depois que tomaram conhecimento que uma caveira havia sido encontrada em um córrego nas proximidades. “Quando nós íamos ao cinema, em Siderópolis, costumávamos passar pelo túnel. Nós ficávamos mais atrás e jogávamos pedras nas pessoas, que se assustavam. A assombração é de vivo para vivo”, revela.

“Muita gente me pergunta sobre isso, mas é coisa que um fazia com o outro. Às vezes até a gente ficava com medo”, enfatiza aos risos, acrescentando que a partir daí os contos começaram a se alastrar. O túnel, segundo o historiador Nilso Dassi, fazia a ligação entre os portos de Laguna e Imbituba para o transporte do carvão, que era feito necessariamente por meio da Linha Férrea.