Cotidiano | 16/06/2023 | 11:01
Devido à chuva, vigilância contra a dengue deve aumentar
Içara tem 49 focos do Aedes aegypti identificados e casos de dengue já diagnosticados
Andreia Limas - andreia.limas@canalicara.com
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Os dados mais recentes divulgados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina indicam 49 focos do Aedes aegypti em 48 imóveis de Içara neste ano. Houve um foco identificado em janeiro, 12 em fevereiro, 18 em março, 10 em abril, seis em maio e dois em junho. Um deles é apontado também como provável local de infecção de dengue. “Foram enviados para avaliação no Lacen (Laboratório Central do Estado) 83 casos notificados. Desses, houve seis casos positivos, sendo cinco importados e um autóctone”, informa o secretário de Saúde, Sandro Ressler.
Ele explica que, dos casos registrados no município, todos os pacientes já estão recuperados. “Nenhum evoluiu com gravidade e, no momento, não temos nenhum caso ativo (transmissível)”, afirma. Ainda que até o momento nenhum óbito tenha ocorrido em Içara em decorrência da doença, a vigilância deve ser ampliada com o período recente de chuva e o acúmulo de água em recipientes e materiais propícios à reprodução.
“O município tem tomado medidas para reduzir focos, com reforço da equipe de agentes de endemias, medidas educacionais, notificação de áreas de foco, campanhas de conscientização, divulgação em mídias de medidas de prevenção à água parada, treinamento contínuo dos agentes e ação conjunta com o Exército, mas a população também precisa fazer sua parte”, aponta.
No período de 1 de janeiro a 12 de junho, foram identificados 45.715 focos do mosquito em 236 municípios catarinenses. Até o dia 12 de junho, 148 municípios haviam sido considerados infestados, incluindo Içara. O total representa um incremento 12,97% em relação ao mesmo período de 2022, que registrou 131 municípios nessa condição. A definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos focos. Do total de casos confirmados até o momento, 52.457 são autóctones (com transmissão dentro do Estado).
Alerta aos serviços de saúde
Considerando a disseminação do mosquito Aedes aegypti no território catarinense, o Estado tem registrado uma transmissão intensa da dengue novamente no ano de 2023, assim como casos graves da doença. Até o início deste mês, Santa Catarina teve 65 óbitos confirmados em decorrência da dengue e outros 12 permanecem em investigação. A situação levou a Diretoria de Vigilância Epidemiológica a emitir uma nota de alerta aos serviços de saúde.
De acordo com os dados do informe epidemiológico divulgado nesta semana, até o dia 12 de junho, foram notificados 176.811 casos suspeitos de dengue, dos quais 62.526 foram confirmados. A transmissão da doença foi registrada em 125 municípios, sendo que 35 atingiram o nível de epidemia, com taxa de incidência maior de 300 casos por 100 mil habitantes. A taxa de incidência no Estado é de 714 casos para cada 100 mil habitantes.
Entre os casos, 2.403 apresentaram sinais de alarme e 79 foram de dengue grave. Daqueles que evoluíram a óbito, 47 (72,3%) ocorreram em pessoas com 60 anos ou mais de idade. Além disso, observou-se a presença de comorbidades na maioria das mortes, evidenciando a vulnerabilidade deste grupo na infecção por dengue.
Os primeiros óbitos ocorreram entre o final de fevereiro e início de março, sendo o pico registrado em abril. Mesmo com a tendência de queda no número de casos de dengue, foram notificadas 10 mortes entre os dias 28 de maio e 3 de junho, sendo cinco confirmadas para a doença e cinco que continuam em investigação, além de sete óbitos notificados entre 4 e 12 de junho.
Diante desse cenário, a Dive/SC orienta os serviços e profissionais de saúde a realizar a suspeita e a notificação do caso durante o primeiro atendimento do paciente, realizando a classificação o mais precocemente possível, seguindo as recomendações de manejo clínico para o grupo ao qual o paciente foi classificado. “É fundamental que as Secretarias Municipais de Saúde estabeleçam os fluxos para a coleta de exames e atendimento dos casos suspeitos, inclusive com a criação de espaços exclusivos para o atendimento desses casos”, indica o relatório.