Cotidiano | 14/03/2020 | 10:02
Dia Nacional dos Animais: uma crônica aos protetores
Simone Luiz Cândido
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Desde criança tivemos animais em casa. A maioria deles eram gatos. Recordo-me de um gato branco que era meu quando tinha apenas cinco anos. Viemos de Criciúma para casa da minha avó em Içara e quando chegamos o encontramos atropelado e morto na frente de casa. Já era noite. Eu chorei muito junto com meus irmãos. Minha mãe tentava nos acalentar enquanto nosso pai pegava a pá para fazermos o sepultamento do gato. E lá fomos nós com velas acesas seguindo o cortejo do enterro do primeiro gato que tenho recordação.
Após o enterro lá ia, eu e meus irmãos maiores, colocar flores para o gato. Ele era da família e já estávamos acostumados com ele. Depois do gato tivemos um cachorro preto vira-lata bem peludo chamado Veludo. Esse trouxemos no caminhão de mudança para Içara, mas o malandro fugiu de casa e após algum tempo havia encontrado um novo lar foi bem cuidado e amado.
Na casa da vó Ana nasceram vários cachorrinhos todos pretos de pelos baixo popularmente conhecidos por Guaipéca, ou seja, vira-lata e assim chegou o nosso Bob era muito querido e brincalhão. Um dia de manhã mamãe o encontrou morto envenenado, a vi chorando, pois o cachorro era muito querido.
Após a morte do Bob ela decidiu que não teríamos mais cachorros em casa, sofreu muito. E foi aí que começaram os ciclos de nossos gatos de infância. O Chico nem sei de onde veio era desses tigrados comuns mesmo viveu dez anos conosco. Os de cor laranja eram chamados de Bilú. Tivemos muitos Chicos, Mimos, e Bilús. Cada um que morria era enterrado e recebia flores. Todos os gatos nos deram muito amor e nós a eles.
Quando casei decidi que teria um cachorro, adotei um vira-lata adulto chamado Lupi após algum tempo adotei o Puf era um filhote de poodle cor champanhe os dois até que se davam bem, algum dia ou outros se desentendiam. Lup teve um câncer tivemos que sacrificá-lo foi muito triste para nós. Chorei copiosamente dei banho fiz carinho, mas nosso fiel companheiro estava sofrendo muito e tivemos que tomar essa atitude o veterinário disse que seria o melhor para ele.
Puf durou mais alguns anos era um amor para os gatos. Fazia amizade com cada gato que chegava. Um dos meus gatos se chamava Mike ele era surdo miava muito alto, cheguei a trocar o nome dele várias vezes até descobrir que era surdo por isso não atendia por nome algum.
Infelizmente muitos de meus gatos foram envenenados, eu adulta e já casada chorava a cada perda. Os seres humanos precisam aprender muito com os animais, pois nos dão amor incondicional enquanto pessoas tão cruéis envenenam os pobres bichos. Gato vive solto não tem como prender. A maldade humana é capaz de ter coragem pra matar esses seres que nos dão tantas alegrias.
Puf era muito amigo da Meg da raça poodle que era da minha vizinha, no seu último dia de vida ela veio até nossa casa como sempre fazia pulou o muro ele já deitado para morrer se levantou cheirou a Meg como quem se despede foi a cena mais linda que pude ver entre eles. No outro dia ele se foi.
Eu com a tristeza da partida do Puf decidi que não queria mais cachorro só gatos, mas mudei de ideia quando minha amiga ofereceu um filhote de uma cadela que havia aparecido na casa dela e assim chegou o Bolt nome dado em homenagem ao Bolt o Super Cão um filme infantil.
Algum tempo depois a Meg que era muito minha amiga, mas tinha um gênio forte só gostava de mim, criança não era muito fã não. Veio a morrer após um parto difícil chorei igual criança o amor por ela era muito forte. Uma cachorrinha capaz de pular o muro para me visitar e receber carinho e claro comer ração junto com o Puf. Entre lágrimas me despedi da Meg. Era mais uma que tinha deixado amor no meu coração.
Meu último gato se chamava Garfield um gato laranja o Bolt cresceu e o expulsou de casa tomou posse do território. Até hoje não me conformo com o desaparecimento dele. Esses foram alguns dos animais que passaram por minha vida deixaram muito amor.
Em Içara temos os voluntários da ONG Amigo Bicho que faz um trabalho incrível com os animais. Resgatando, abrigando muitas vezes em suas casas sendo lar temporário até encontrarem um lar definitivo após a castração dos animais. Com a castração evita-se que novos animais estejam nas ruas e sejam abandonados por pessoas irresponsáveis. Nesse sábado a ONG está realizando o mutirão de castração. Outra grande ação dos voluntários.
Hoje dia 14 de março em que se comemora o Dia Nacional dos Animais, minhas reverências aos protetores de animais que doam suas vidas, seu tempo em favor das vidas dos nossos queridos animais. Desejo um mundo em que não existam abandonos de animais, maus tratos e mortes desnecessárias. Se os animais forem castrados não teremos muitos filhotes inocentes que muitas vezes são mortos cruelmente ao nascer.
Enquanto esses humanos que se dizem pessoas de bem poderiam apenas castrar em vez de tomar essas atitudes desprezíveis. Refletindo sobre esse dia desejo que mais pessoas além das ONGs possam amar e cuidar dos animais com muito amor. Assim poderemos mudar pelo menos onde vivemos.