Cotidiano | 26/10/2018 | 09:27
Doar-se; o mundo precisa de mais voluntários
Simone Luiz Cândido
Compartilhar:
Certo dia admirando os longos os cabelos da minha pequena Naiane de cinco anos pensei: “Tantas pessoas passando por tratamentos contra o câncer, seus cabelos caindo e a Naiane com tantos cabelos poderíamos doar os cabelos dela”.
Conversei com ela e disse: “Filha tem muitas crianças e adultos que perdem os cabelos por que fazem tratamento de saúde”. A princípio ela disse não, depois fui conversando e a convenci de deixarmos os cabelos crescerem um pouco mais até doarmos. Cada pessoa que olhava ou elogiava o cabelo já dizia: “Vou doar para uma menina que não tem cabelos”.
Conheci muitas pessoas que tiveram câncer, essa palavra tão temida por muitos, quando eu era criança as pessoas se referiam “aquela doença”. Tal era o medo de ter, pois para muitos esse diagnóstico se referia a morte.
Nos dias atuais existem muitos meios de prevenção, exames preventivos, mamografias exames de imagem que possibilitam o tratamento no início da doença com muitas chances de cura.
Quando a doença chega a alguém próximo a nós fica mais difícil, o mundo parece desabar, muitos ficam sem chão, mas com o apoio e amor daqueles que estão próximos possibilita ainda mais a probabilidade de cura.
Lembro minha tia Eloisa Bernardes quando fazia quimioterapia, mulher guerreira mesmo sem seus cabelos lutava bravamente. Colocava sua peruca fazia sua maquiagem se fazia de forte, e lá ia viver. Esse cabelo que alguém doou fez toda diferença nesses momentos de tratamento.
Eloísa, mulher de fé, garra não desistia de lutar pela vida, teve a cura; viveu junto de nós mais nove anos, maravilhosos e felizes. Quis o bom Deus que voltasse para junto dele cumpriu o que havia vindo fazer por aqui.
Uma das maiores heranças que deixou foi sua fé, durante todo tratamento, não culpava Deus simplesmente clamava a ele por sua vida. Na nossa última conversa me disse: “Vai dar tudo certo Deus fará o melhor”.
Outubro é um mês dedicado à prevenção com várias ações ligadas à Rede Feminina de Combate ao Câncer. Cito as maravilhosas voluntárias da linda causa as guerreiras, minhas queridas professoras Pina Vito e Arlete Michels, além de muitas outras mulheres.
Dizem que existem muitos anjos sem asas por aí, tenho certeza que alguns desses anjos se vestem de rosa, doam seu tempo, seu amor para que outras pessoas possam ter chances de cura e vida longa.
Doar-se eis algo tão difícil nos dias atuais, muitos alegam não terem tempo. Minha amada mãe já dizia: “Tempo não se tem se tira”. Meus aplausos para essas voluntárias.
Em maio desse ano chegou o dia de cortar os cabelos da Naiane para doarmos uma alegria imensa tomou conta de nós, emoção muito forte.
Foram oito mechas para doação enviadas para Ong da região onde moramos. (www.facebook.com/Meninas-dos-Cabelos-Maracajá-e-AraranguáSC)
Desejamos de todo coração que essa pessoa que recebeu os cabelos da Naiane receba todo amor que ela leva consigo, pois é uma criança muito carinhosa.
O mundo precisa de mais pessoas que possam doar um pouco de si mesmas, assim poderemos fazer a diferença por onde passarmos. Que cada um possa partilhar boas práticas levando amor ao próximo que tanto necessita.