logo logo

Curta essa cidade!

HUB #IÇARA

Venha fazer também a diferença!

Comunicação + Conteúdo + Conexões

Acessar

Cotidiano | 25/06/2012 | 09:16

Documento engarrafado revela inauguração

Especial de Altair Magagnin, do Jornal da Manhã

Compartilhar:

Um tesouro guardado há quase 55 anos foi descoberto no sábado, em Linha Torrens, comunidade de Morro da Fumaça. Uma garrafa escondida debaixo de uma das pedras do alicerce da igreja resgatou nomes de algumas das pessoas que contribuíram com a obra, além de elucidar, definitivamente, a data de inauguração do templo: julho de 1957.

O cerimonial para a retirada da garrafa, guardada ao lado esquerdo da igreja, logo após as escadarias, foi prestigiado por centenas de pessoas, tanto residentes na comunidade quanto nativos do local que hoje residem em outras partes, além de descendentes e curiosos. O revestimento com azulejos foi retirado na noite de sexta-feira. Para a surpresa geral, no local indicado havia uma pedra com o desenho de uma cruz.

Não havia mais dúvidas. Sob a orientação e memória privilegiada de Dilmo Prá, um dos pedreiros responsáveis pela construção do templo, tinha-se a certeza de que a garrafa estava abaixo da pedra. Diante do olhar dos populares, que misturava sentimentos de ansiedade e curiosidade, os procedimentos para a retirada da pedra iniciaram. O alicerce, mantido solto, foi puxado, o que permitiu acesso ao espaço da garrafa.

Entretanto, até se encontrar o objeto, foi necessário cavar. Com o cuidado de um arqueólogo que busca uma preciosidade, o integrante da comissão de festeiros Rudi Recco usou as próprias mãos para encontrar a garrafa. Como um troféu, ele ergueu o tesouro, que mereceu uma salva de palmas de quem assistia ao ritual.

Encontrado o objeto, restava outro mistério. A poucos dias de completar 55 anos, o papel enrolado dentro da garrafa ainda continha alguma informação legível? “Não dá para ler nada”, despistou Recco. Mas sim, era possível ver. Uma caligrafia pouco rebuscada, desenhada a lápis, em uma folha já amarelada e despretensiosa atenção à grafia correta dos sobrenomes, de descendentes de italianos e poloneses, dificultou a tarefa.

Logo abaixo do cabeçalho “término da igreja”, no topo da lista vinha o nome do religioso entusiasta da obra: padre João Dominoni. Em lista, seguiam os nomes de Tranquilo Pizetti, Germano Magagnin, Sílvio Recco, Santo Sartor, Antônio Shemin, João Cizeski, Pedro Slata e Francisco Cizeski. A carta foi escrita pelos pedreiros. Assinam Zacarias, o pai, e Adenor, o filho Prá.

O encerramento do cerimonial antecedeu a missa. Antes do ingresso na igreja, foi decidido em votação que a pedra de alicerce retirada irá compor um memorial que será inaugurado durante a festa de Nossa Senhora do Carmo, padroeira da comunidade, de 14 a 16 de julho. Antes da celebração, a leitura de um histórico da comunidade e da igreja, apurado por Nessi Magagnin Recco foi acompanhado com atenção pela comunidade que lotou a capela.

Durante a homilia, o padre Marcos Rech lembrou a memória dos colaboradores para a construção da igreja. “Tenho certeza que Deus recompensou, ainda na caminhada pela Terra, aqueles que destinaram horas de trabalho e o fruto que colhiam da terra para a igreja”, assegurou o sacerdote. Uma placa com esses e outros nomes, tanto de colonizadores quanto de descendentes que auxiliaram na obra da igreja também irá compor o memorial.


Outros destaques da edição 8527 do Jornal da Manhã:

» SAÚDE: Autoestima é elevada com cirurgia bariátrical

» TRÂNSITO: Final de semana trágico nas estradas do Sul