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Cotidiano | 01/09/2010 | 14:46

Dona Zélia: O sonho de uma guerreira

Tânia De Faveri Giusti (Jornal A Cidade) - acidaderincao@gmail.com

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Plantar uma árvore, conceber um filho e escrever um livro. Conforme as leis da vida, é o que todo ser humano deve fazer durante a passagem pela terra. A moradora do Balneário Rincão, Maria Zélia Réus, de 70 anos, integrante da Academia Içarense de Letras e Artes (Aila), já fez os três. Porém, o último desejo ainda não foi concretizado por inteiro. Acadêmica dona da cadeira número 11, é autora de três obras: “O outono da minha vida”, “O vôo da araponga errante” e “Águia Branca”. Sonha então poder publicá-los.

Dona Zélia trabalhava como cozinheira na Cecrisa e ficou viúva aos 36 anos. Após o incidente, tomou uma decisão que mudou para sempre o rumo de sua vida: foi para o convento e começou a atuar como missionária. “Decidi que passaria o resto de meus dias ajudando aqueles que são desprezados e humilhados pela sociedade”, conta. Atuou como voluntária em várias cidades do Brasil e foi missionária Comboniana em países como os Estados Unidos e a África, cuidando de portadores do vírus H.I.V. “Via Jesus em cada rosto despedaçado pela dor e pelo abandono em que encontrava”, lembra emocionada.

Após trinta anos de luta e dedicação, Dona Zélia teve que se afastar do trabalho voluntário por motivos de saúde. Sofre de sérias dores na coluna e já passou por três cirurgias. O apelo da senhora, que caminha com a ajuda de uma bengala, é que as autoridades pudessem ajudá-la, doando um triciclo ou uma cadeira de rodas para continuar ajudando famílias pobres. Outro grande sonho é a publicação de seus três livros, que relatam as histórias de vida, relatos de doentes, e histórias emocionantes de todos os lugares por onde passou.

“Quando tiver minha cadeira de rodas ou um triciclo, vou sair por aí, distribuindo comida e roupas como fiz em toda minha vida”, acredita. Ela ainda conta, que com o dinheiro arrecado com a venda do exemplares, construirá uma casa comboniana para portadores de AIDS, em Laguna, no mesmo local onde destruíram, anos atrás, o lugar onde trabalhou e dedicou anos de compaixão.

AILA - A Academia Içarense de Letras e de Artes (Aila), foi fundada no dia 5 de outubro de 2007 com o intuito de reunir membros que tinham interesse por literatura, artes e história. Conforme uma das sócias fundadoras, Sônia Therezinha, o que mais motivou a criação da entidade foi a formação de um grupo onde os membros pudesses discutir e interagir atividades culturais e literárias. “Vim do Rio Grande do Sul e lá participava de grupos de poesia e atividade culturais, quando cheguei aqui me senti só, então fui até a Casa da Cultura, onde encontrei um grupo que tinha interesse em formar a Aila”, conta. Os membros fazem encontros mensais e participam de eventos no município. Atualmente, são 40 cadeiras, contudo, somente 25 delas estão ocupadas.

Uma das dificuldades encontradas pelo órgão ainda é a falta de recursos e projetos para a publicação de obras. Após três anos de fundação, somente esta semana o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) da entidade foi concedido. Com isto, a participação em projeto sociais e o recebimento de verbas ficará mais acessível. Em breve, será lançada uma coletânea que terá participação de todos os acadêmicos através de contos, crônicas e poesias.


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