Cotidiano | 25/05/2019 | 12:15
Dr Mário em Crônica:
Simone Luiz Cândido
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Desde que me tornei presidente do Grupo de Apoio à Adoção de Içara (Geaai) há sete anos fui conhecendo várias pessoas que trabalham com adoção. Uma dessas pessoas se chama Mário Romano Maggioni, juiz de direito em Farroupilha (RS). Em 2017 tivemos a alegria de estarmos com ele no Dia Nacional da Adoção. Sempre li as crônicas escritas por Dr Mário. O que mais me chamou atenção foi a simplicidade. Minha mãe, Fátima, diria em sua humilde linguagem que ele é uma pessoa muito SIMPLES.
Cada crônica descreve as paisagens de Farroupilha, cheiro de uva nos pomares, de laranja, folhas secas do outono, idas para Caravagio, um caminho feito a pé com muita devoção. Essas descrições me trazem tantas coisas maravilhosas, choro quase sempre de alegria como diz minha amada filha Naila, de 10 anos.
Cada criança que chega ao novo lar, cada relato de famílias que recebem o tão esperado telefonema faz-me sorrir e muitas vezes até querer estar lá para entregar meu abraço a cada um deles. É tanto amor nos seus relatos que me tráz toda emoção que a família sentiu.
Uma dessas crônicas chamada RÉQUIEM PARA UMA ADOÇÃO PÓSTUMA. O homem me falou que o seu pai faleceu no finalzinho do ano passado. O avô contava as horas para que chegasse o(a) neto(a). Ele não queria partir antes da sua chegada. “Ele gostaria tanto de estar aqui neste momento”, disse-me o pai da criança, de olhos marejados.
Naquele momento, a minha sala se encheu da presença de um avô que jamais conhecerei. Não sei por onde ele andará. Mas ele se fez presente. Os avós, ainda que falecidos, também estão habilitados para adotar. Este é o pertencimento que faz bem. O doce alento da vida vai além do tempo. (Mário Romano Maggioni)
Chamou-me atenção, era sobre um avô que havia falecido antes da chegada do neto, e lá fui eu comentar sobre o sonho mais que especial que tive com minha mãe já falecida em 2001. Como sempre emocionantes relatos de adoção. Dr Mario Romano Maggioni tenho, plena certeza da presença espiritual desse avô que tanto sonhou com seu futuro neto ou neta.
Após muitas tentativas de ter uma gravidez fizemos nosso cadastro para adoção. Minha mãe já havia falecido há alguns anos. Tive a graça de sonhar com ela. Disse-me: “Filha não chore mais. Tu vais ser mãe. Teu filho está chegando”. Eu conheço a menina da Ana (filha da minha irmã nasceu depois que a avó faleceu, chegou pela adoção)”.
Acordei feliz e um pouco assustada com a tal revelação. Poucos meses depois nossa Naila chegou para abrilhantar nossos dias me tornei mãe aos 35 anos. E tenho certeza que minha mãe a vê de onde está, meu pai também. “Sim os avós se fazem presentes mesmo após suas partidas”.
Em sua vinda em Içara ouvi um relato sobre um projeto, que visa aproximar pretendentes de crianças disponíveis para adoção. Nesse projeto são colocados fotos e nomes de crianças, e o que me chamou atenção, foi relatar que cada criança ou adolescente precisa ser mostrada aos pretendentes como pessoa. Não apenas com iniciais de um nome ou uma descrição incompleta.
Se eu fosse descrever as minhas filhas será seria NDC seis anos cor branca ou NDC nove anos cor branca? O que isso acrescentaria numa busca por uma família caso elas estivessem acolhidas? Muito pouco para quem quer amar alguém que tanto precisa de amor, afeto.
Descreveria assim: “Naila, dez anos menina gentil, às vezes fala pouco, mas depois de ter a confiança se torna amorosa, gosta de brincar no parquinho, sair para ver paisagens da natureza, ama animais de estimação, adora ler, é amiga e gosta de falar sobre adoção”.
Naiane, de seis anos, gosta muito de abraçar as pessoas, carinhosa, faz furinhos no rosto quando sorri, elogia as pessoas. Ama brincar no parquinho, gosta de animais. Ama desenhar e expressar sentimentos em seus desenhos, gosta muito de cantar, (detalhe às vezes em um inglês que ela inventou). Muito carinhosa.
Além das descrições das crianças ou adolescentes, colocar imagens e vídeos dessas crianças. Esse é o detalhe que Dr Mário cita, simplesmente inicias de um nome fica difícil para os pretendentes aceitarem seus futuros filhos.
Já disse algumas vezes que o mundo precisa de mais Mários, com essa sensibilidade, onde compara a natureza com amor que existe nas crianças e adolescentes e seus futuros pais. Esse amor que Dr Mário herdou lá atrás de sua família, que ensinou essa sutileza de detalhes, essa simplicidade no olhar e ver pessoas nos processos.
Outra frase de Dr Mário no nosso evento do ano passado foi “Família é onde existe amor.” Isso é o mais importante. Sempre acreditei que os filhos que são nossos chegam até nós, mas sempre acreditei na justiça no se fazer o correto estar dentro da lei. Assim o fiz nossa Naila chegou num lindo dia e nos fez mãe e pai.
Essa é minha singela homenagem para Dr Mário Romano Maggioni grande homem do que abraça a causa da adoção com muito amor, tantos lares fez chegar seus amados filhos gratidão resume tua generosidade e amor pelo teu trabalho. Que teus amados filhos possam levar a cultura da adoção e esse amor que tens pelas pessoas o qual aprendesse com teus queridos pais.
Estando eles aqui na terra ou no plano espiritual, muito contribuíram para que se tornasse quem é.