Economista aponta desenvolvimento desigual

Desde 1963 os programas de incentivos fiscais em Santa Catarina privilegiaram regiões que já apresentam um maior grau de desenvolvimento econômico. Isto significa falta de condições para outros municípios competirem em igualdade na atração de empresas e geração de riquezas. “O que deveria mudar? Talvez privilegiar as regiões menos desenvolvidas para diminuir as desigualdades econômicas”, coloca o economista, mestre em Desenvolvimento Regional pela Furb e içarense radicado, Juliano Giassi Goulart. O estudo feito por ele sobre os incentivos fiscais e acumulação no estado virou o livro Desenvolvimento Desigual.

O trabalho de Juliano leva em consideração os resultados dos programas Fundesc, Procape, Prodec e Pró-Emprego adotados até 2012. “A política de incentivo fiscal é um reflexo direto da necessidade de ampliar a base produtiva e da política de planejamento para instrumentalizar a indústria catarinense. Assim, os programas de incentivos aceleraram o processo de acumulação. Empresas que em 1960 eram pequenas tornaram-se grandes. Mas a questão é que a participação dos incentivos na expansão econômica se deu de forma desigual”, pontua.

“O livro é resultado da minha dissertação de mestrado e das minhas inquietações com os rumos da política de incentivos fiscais em Santa Catarina. Foram dois anos e meio de muita pesquisa. Para construção do livro, levantei um conjunto de dados e informações que foram pesquisadas em relatórios de empresas, pareceres e mensagens governamentais, dados da Secretaria de Estado da Fazenda, Tribunal de Contas do Estado, Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, Arquivo Público Estadual e bibliotecas universitárias”, aponta. A publicação com 192 páginas custa atualmente R$ 39 e pode ser encontrado no site da editora Insular (www.insular.com.br).