Cotidiano | 01/04/2015 | 15:07
Entenda mais sobre depressão na gestação
Natália Costa - natalia.costa@canalicara.com
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A gestação é uma fase singular na vida da mulher. E junto com ela chegam tanto alterações físicas quanto psicológicas. Há aumento de peso - são esperados nove quilos ou mais -, crescimento dos seios, além de alterações hormonais, pois são produzidos diversos hormônios para a formação do feto e lactação, o que pode abalar o estado psicológico da gestante.
Em função dessas mudanças físicas, inclusive hormonais, a gestante fica mais sensível, chora com mais facilidade, ao mesmo tempo em que também fica irritada facilmente. Nessa fase é fundamental uma rede de apoio atuante e compreensiva. Durante a gravidez a mulher também pode ter a autoestima reduzida e fica mais suscetível a depressão.
É muito importante que familiares, amigos e colegas de trabalho, por exemplo, fiquem atentos aos sintomas da depressão, principalmente se a gestante tem histórico familiar ou já esteve em depressão antes. Caso ela esteja em depressão ao descobrir uma gravidez, existe a possibilidade de que ela precise interromper o uso da medicação, o que pode piorar os sintomas. Mesmo quem nunca apresentou um quadro depressivo, pode passar a ter durante essa fase.
Os tipos de depressão mais comuns são a pré-natal, a qual pode ocorrer ao longo dos nove meses de gestação, e a depressão pós-parto, que pode surgir até um ano depois. Ainda pode acontecer de uma desencadear a outra. É preciso entender que vários medos e muita pressão podem cercar a vida de uma gestante, desde a insegurança sobre não conseguir cuidar do bebê ou ser uma boa mãe para ele, até questões socioeconômicas, já que nem toda gravidez é planejada ou nem sempre a família a aceita.
O estado depressivo também pode afetar o bebê devido as alterações hormonais. Existe um hormônio chamado Cortisol que é produzido quando a pessoa está sob situação de estresse. E ele pode prejudicar o bebê. De acordo com o nível de depressão da mãe, o bebê pode ter problemas no desenvolvimento neurológico, desenvolvimento cognitivo, além da possibilidade de apresentar sintomas de depressão após nascer: irritabilidade, expressão facial mais séria, dificuldade ou demora para sorrir, entre outros.
Devido a restrição dos medicamentos durante a gestação (vale destacar que isso não acontece em todos os casos), o tratamento inicial é realizado com psicoterapia, através da qual a paciente deverá expor as questões que contribuíram para o surgimento dos sintomas depressivos e o que surgiu com o aparecimento da depressão, isso sem se preocupar com julgamentos e acusações. Na maioria dos casos a família encontra dificuldades para se relacionar com a gestante depressiva, por isso a preocupação em relação ao bem estar físico do bebê e da própria mãe.