“Estou sem notícias da minha filha no Japão”

Há cinco dias, Mário Yen Hung Chao está sem notícias da filha Isabelli Ayumi Tanabe Chao. Conforme o empresário, dono de uma lan house no Centro de Içara, o último contato com a mão da menina residente no Japão ocorreu na manhã do último sábado, dia 12, enquanto do outro lado do planeta já fazia noite. No dia seguinte ao terremoto que afetou usinas nucleares, resultou em um tsunami e matou mais de 5 mil pessoas, o relato deixado era de medo.

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“Estava falando com a minha ex-mulher e ela disse que tinha que desligar por causa de um novo tremor”, explica Mário com relação à última frase deixada por ela. Ainda segundo ele, na conversa o detalhamento deixado é de que a casa não teve a estrutura abalada. Contudo, era de destruição o cenário no interior da moradia próxima de Tóquio. Equipamentos e móveis não resistiram e foram ao chão com o balanço da terra.

Durante o principal terremoto na sexta-feira, Simone Tanabe, ex-esposa de Mário, trafegava em direção à escola em busca da filha. Cena digna de filme. Mas, era a vida real. Os postes balançavam. E, o movimento acabou então como a maior evidência de que o tremor não era um problema de estabilidade do automóvel. “Na escola, avisaram que não era uma simulação e mandaram as crianças saírem do prédio em meio da neve”, explica o pai.

No Brasil há mais de dois anos, Mário chegou a Içara para conhecer a família da atual esposa. Deveria voltar em quatro meses para Nagoya. Mas, uma crise na montadora que trabalhava no Japão o fez rever o prazo na cidade. Estabeleceu então moradia e começou a empreender. Perdeu com isso as passagens de volta. Mesmo assim a idéia de voltar ao país ainda vigorava. Já agora os planos do chinês, erradicado no Brasil e apaixonado pelo Japão, são incertos.