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Cotidiano | 09/06/2010 | 11:45

Exemplo de vida e dedicação

Tânia De Faveri Giusti (Jornal A Cidade) - contatos@clicrincao.com.br

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Luiz Henrique Merencio Cândido, de 17 anos, é um exemplo de garra e determinação. O menino nasceu e crescia normalmente, no entanto, quando completou quatro anos, seus pais começaram a perceber que Luiz apresentava algo diferente. Na época, as pernas do garoto começaram a apresentar sinais estranhos, os pais preocupados, levaram o filho em todos os médicos possíveis, pediatras, ortopedistas, neurologistas, porém ninguém sabia ao certo o que estava se passando.

Quando Luiz Henrique tinha oito anos, a família Cândido deixou tudo que possuía em Içara para trás e se mudou para Porto Alegre, na esperança de reverter os problemas vivenciados pelo menino. Nesta época, a Associação de Assistência á Criança com Deficiência – AACD tinha sido recém inaugurada na capital gaúcha, e foi lá que Luiz se tratou durante três anos e, após muitas avaliações, os médicos finalmente diagnosticaram a doença. Luiz tem uma doença neuromuscular degenerativa, que atrofia os membros e pode afetar os órgãos internos.

O jovem é o caçula dos três filhos de Maria Merencio Cândido e Marino Miguel Cândido. A mãe orgulhosa, conta que desde que o filho soube de suas limitações “nunca se deprimiu ou se demonstrou agressivo, muito pelo contrário, ele é calmo, alegre e muito inteligente”. Prova disso é que, mesmo não tendo condições de se locomover até á escola, Luiz é estudante.

Aos dez anos, ele começou a frequentar a Escola Municipal de Ensino Fundamental Quintino Rizzieri. Iniciou seguindo de cadeira de rodas ao colégio, mas por pouco tempo: seis meses, já que posteriormente ele não conseguia mais ficar sentado. Como só podia ficar na cama e não tinha como se deslocar até a escola, o próprio colégio foi até Luiz, graças aos pais que nunca mediram esforços para que o filho tivesse acesso a educação. A prefeitura, comandada na época por Heitor Valvassori, através da secretaria da educação, permitiu que uma professora se deslocasse três vezes por semana até a residência do menino, para que lá mesmo ministrasse as aulas, o que ocorre até os dias atuais.

Silmara Correa, atual professora de Luiz, diz que “ele é um ótimo aluno, tem um português maravilhoso e é muito mais esforçado que alunos que ficam de segunda a sexta-feira na sala de aula”. Sua matéria preferida é inglês; mas, ele também aprecia as aulas de informática. O aluno se forma na oitava série (nono ano) este ano e pretende continuar com os estudos.

Atencioso, conta sobre o que gosta de fazer e explana planos. “Depois de tantas derrotas, estou pensando em trocar de time” brinca o colorado fanático. Disse ainda que não gostou da convocação de Dunga e que torcerá para a Espanha na Copa do Mundo. Luiz Henrique adora jogar no computador e no videogame, depois que terminar o ensino médio, ele pretende fazer faculdade de web-designer, para desenvolver gráficos de jogos de computador.

Mas todas essas qualidades não param por aí: ele também é escritor, e faz questão de mostrar textos e poesias com a própria assinatura. No texto titulado “minha vida”, ele escreveu que “a vida é muito difícil, mas não desanimo, sei que um dia melhora. Essa é a minha vida cheia de altos e baixos, mas sou feliz”. Essas são as palavras de um anjo, de um jovem valente, de um ser humano que, apesar das inúmeras dificuldades de sua vida, não deixa que o brilho dos olhos e o sorriso se apaguem.

Após muitos anos de luta, os pais, guerreiros, conquistaram novamente a casa própria, uma cama hospitalar, e a disponibilidade de uma UTI móvel, já que Luiz só pode se locomover deitado para as consultas. Quando a UTI está sendo utilizada, o corpo de bombeiros fica a disposição para qualquer emergência.


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