Lucas Lemos [Canal Içara]
Cotidiano | 17/09/2015 | 17:53
Extensão ferroviária ainda aguarda projetos
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
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A ligação de Içara com o resto do estado através da Ferrovia Litorânea Sul depende ainda dos pareceres ambientais e da Funai quanto a travessia no Morro dos Cavalos. Entre as alternativas está a construção de um túnel com passagem por terras indígenas ou o contorno da reserva, neste caso, com a necessidade também de um túnel de 11km. A expectativa é que um encaminhamento seja definido até o final ainda deste ano. "Precisamos trabalhar para respeitar estes povos", indica o coordenador regional do órgão, João Mauricio de Assumpção Farias.
"Se a sociedade não cobrar, certamente levará muito mais tempo e teremos desperdiçado dinheiro. A ferrovia é uma obra de infraestrutura fundamental", ressalta o vice-presidente regional da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina, Joi Luiz Daniel. O tema foi submetido a uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Santa Catarina nesta quinta-feira, dia 17. Içara foi representada também pelo diretor de capacitação da Associação Empresarial de Içara, Adílio Fernandes Filho; além dos vereadores Márcio Dalmolin (PSD), Osmar Manoel dos Santos (PP) e Laudelino Calegari (PMDB).
"Estamos discutindo é logística para os próximos 20, 30 ou até 50 anos. O Brasil ainda é muito dependente das rodovias. É preciso pensar em soluções logísticas que contemplem todos os modais", lembra o diretor da Ferrovia Tereza Cristina, Benoni Schmitz Filho. O projeto teve até agora 75,5% elaborado no primeiro lote de Imbituba até Tijucas e 77,94% no segundo de Tijucas até Araquari. "Com mobilização e propostas concretas poderemos avançar muito nos próximos anos", acrescenta o coordenador da frente parlamentar catarinense das ferrovias, Dirceu Dresch (PT), acompanhado, na mesa, pelo deputado estadual Vicente Augusto Caropreso (PSDB).
A estimativa da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina é que a ferrovia possibilite que R$ 13,6 milhões anuais deixem de ser desprendidos em indenizações com acidentes, além de R$ 21 milhões anuais com os custos dos materiais perdidos. "O primeiro projeto foi elaborado em 2001. São 14 anos de espera", lembra o vice-presidente da Fiesc, Mário César de Aguiar. Devido ao atraso, o consenso é que os municípios sejam novamente chamados. "É preciso discutir medidas que evitem o avanço urbano sobre a faixa de ferrovia e também ocorra a adequação do traçado", argumenta o diretor de infraestrutura ferroviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Mário Dirani.