Cotidiano | 09/05/2016 | 07:00
Extinção de polinizadores afetará agricultura
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
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O Brasil possui cinco espécies de abelhas ameaçadas. Isto significa risco à produção nacional de alimentos. Mais de três quartos das principais lavouras no mundo dependem, em algum grau, do trabalho animal seja para garantir o volume ou a qualidade. É o caso do açaí, maracujá, abacate, tomate, mamão, dendê, a maçã, manga, acerola, a castanha-do-pará, o cacau e café. A soja, algodão e canola também produzem mais quando as lavouras são visitadas por polinizadores.
Conforme estudo da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos das Nações Unidas, fatores como a mudança no uso da terra, a agricultura intensiva, o uso indiscriminado de pesticidas e alterações climáticas estão colocando em risco a biodiversidade dos polinizadores. Os polinizadores mais conhecidos são as abelhas, mas há também moscas, borboletas, besouros, pássaros, morcegos e alguns vertebrados, como lagartos e pequenos mamíferos, que precisam ser preservados.
“Nem sabemos direito quais são os polinizadores silvestres de cada cultura, então cada vez que se tem um uso inadequado de pesticidas, por exemplo, isso prejudica também a fauna local”, alerta a professora sênior do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, Vera Fonseca. “Temos muitos polinizadores importantes para serem usados na agricultura e eles têm um valor grande para a nossa produção”, ressalta. A riqueza gerada com auxílio dos polinizadores no Brasil foi estimada em torno de US$ 12 bilhões.