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Cotidiano | 29/06/2007 | 10:02

Festas e lembranças sobrevivem desde 67

Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com

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Equipamentos de luzes e som improvisados, jovens unidos, muita música e atividades esportivas. Assim era a Juventude Educativa e Recreativa (Jeri). O grupo de sócios do clube se reunia nas terças, quintas, sábados e domingos.

Organizada por jovens içarenses, a Jeri surgiu em 1967, e suas atividades completavam os serviços inexistentes na cidade. Além das festas e reuniões promovidas pelo clube, no qual somente pessoas solteiras poderiam participar, campeonatos e atividades culturais também aconteciam sobre o domínio da Jeri.

A entidade, localizada na época embaixo do Salão Paroquial São Donato, foi responsável pela criação da primeira biblioteca da cidade. “Conseguimos um número grande de livros, pois enviamos cartas para grandes editoras, requisitando que estas nos enviassem os livros que estavam sobrando no estoque”, explica Mário César Serafim, presidente do clube por dois mandatos.

Ainda segundo Mário, durante os anos 70, haviam cerca de 400 sócios que pagavam a mensalidade em dia. Tratava-se do maior clube da região, tendo mais sócios que a SER Ipiranga. “Vinham muitas pessoas de Morro da Fumaça, Criciúma, Urussanga, Jaguaruna e Tubarão”, completa.

“Lembro de um fato curioso. Em umas das assembléias da Jeri, os sócios reclamaram que muitas pessoas estavam colocando chicletes nas cadeiras. Como sugestão, um dos associados sugeriu que fosse proibida a entrada de pessoas mascando gomas. Mesmo sendo contrário, levei a sugestão para votação, e a maioria aceitou”, revela. depois disso, para entrar no clube se tornou necessário abrir a boca para a verificação se as pessoas estavam, ou não, com chicletes.

Sem equipamentos de luzes sofisticados, os efeitos que davam o clima de discoteca no local eram produzidos por uma comissão interna de som e iluminação. “Tínhamos seis lâmpadas dispostas em círculo no teto. Uma palheta girava no centro delas e passava corrente necessária para fazer elas piscarem. O movimento da palheta era provocado por uma manivela, que necessitava ser girada durante toda a festa”, explica.

De acordo com um dos participantes da Jeri, Alcino Fernandes Neto, “o clube só terminou suas atividades porque a igreja não quis renovar o contrato de aluguel”. Segundo ele, o motivo para a não renovação seria uma reforma que os dirigentes da paróquia desejavam fazer no local. “O término do clube, em 1983, também se deu por causa da quantidade de casas noturnas que começaram a operar na região. Os jovens que antes se concentravam em um único local passaram então a se dissipar pela região”, termina Serafim.

A FESTA - Para relembrar os tempos em que a juventude se reunia na sala alugada da igreja, a Sociedade Recreativa e Esportiva Ipiranga realiza a noite da Jeri. Conforme Fernandes, um dos diretores do Ipiranga, “o evento é uma maneira de manter viva as lembranças da época e de reencontrar antigos amigos”.

Segundo Mário Serafim, muitos pediam que fosse realizado um encontro com as pessoas que frequentavam o local na época, principalmente a ele, por ter sido um dos presidentes do antigo ponto de encontro içarense. Ao assumir a diretoria do Ipiranga pela segunda vez, tornou a sua idéia uma das festas mais populares da cidade.

“Fui presidente do Clube Ipiranga no mesmo ano em que assumi o Clube da Juventude Içarense. Na época os adultos tinham mais preconceitos com os jovens do que atualmente, e para conseguir a diretoria do Ipiranga, me candidatei como vice-presidente do José Bonifácio Espíndola. Após eleitos, em chapa única, Espíndola pediu afastamento me deixando na presidência. Tudo já havia sido combinado. Se não fosse ele, não teria conseguido a diretoria do Clube”, revela Mário.