Cotidiano | 24/06/2014 | 09:24
Festas juninas perdem força em escolas
Especial do Jornal Gazeta
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Os jornais velhos eram usados para fazer as bandeiras e argolas que ornamentavam a festa. As rifas eram vendidas de porta em porta para que o dinheiro fosse usado para a realização do evento. Nos intervalos das aulas, os gritos de “olha a chuva” e “é mentira” anunciavam os ensaios da quadrilha. Era sempre assim quando o mês de junho se aproximava. Todas as escolas se preparavam para celebrar o Dia de São João com a típica festa junina com o envolvimento de toda a comunidade em geral.
Esta tradição, no entanto, vem se perdendo. Pelo menos em Içara, a maioria das escolas optou por realizar um evento interno apenas para alunos e funcionários. Uma delas foi a Quintino Rizzieri, do bairro Jardim Elizabete, que está organizando o evento para o mês de julho. E de acordo com a diretora Jaqueline dos Santos, há tempos a festa está sendo realizada apenas para os alunos. “Tínhamos muitos problemas quando era aberta para o público. Muito quebra-quebra, muita confusão e dor de cabeça. Então o intuito que tínhamos de arrecadar verba para a escola acabava não valendo à pena”, relata.
“Nossa festa junina será realizada no período matutino justamente com o intuito de abordar o folclore brasileiro. Teremos apresentações e atrações a fim de apresentar essas culturas para os alunos, uma cultura que é nossa e faz parte da nossa história”, relata. A festa será também internamente na festa na escola Ângelo Zanelatto, no bairro Primeiro de Maio. Na programação não irá faltar a quadrilha.
“Nós fazemos todos os anos e contamos com apresentações, quadrilha e tudo mais. Mas optamos por fazer apenas para os alunos e professores porque quando era para o público em geral, tínhamos muita dor de cabeça. A nossa acontecerá no mês de julho e não visa fins lucrativos, apenas com o intuito de não deixar passar em branco e apresentar essa tradição aos alunos”, comenta o diretor Claudiomir da Silva.
No Colégio Cristo Rei, os alunos trabalharam o tema na disciplina de artes. Também estão envolvidos na decoração para 12 de julho. “Cada aluno recebeu 10 ingressos para distribuir com os pais, irmãos, etc. Nosso objetivo é aproximar a família da escola, para que todos conheçam não só a instituição, mas os trabalhos que são feitos aqui. Ou seja, não será uma festa para o público em geral, mas para que os alunos conheçam esses costumes”, sintetiza Chislaine Amandio, do departamento financeiro. “Contamos com a colaboração dos pais e até de patrocinadores para que no próximo ano consigamos fazer um evento ainda maior. Mas para a captação de dinheiro, fazemos sempre nessa época uma rifa”, completa Chislaine.