Daniela Savi [Unesc]
Cotidiano | 11/05/2022 | 11:44
Fibromialgia: O atendimento que oportuniza a chance de uma vida sem dor
Serviços multidisciplinares são os grandes diferenciais da Unesc
Redação | com informações de Daniela Savi, da Unesc
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A Fibromialgia atinge principalmente mulheres, provoca dor intensa, cansaço, ansiedade, depressão, problemas cognitivos, entre outros sintomas, e afeta em torno de 2,5% a 5% da população no Brasil. Além das dores intensas, o fibromiálgico precisa lidar com outro problema. O maior índice de desemprego entre pessoas com doença crônica é de pacientes com fibromialgia atingindo 47,8% da população.
Somente no Ambulatório de Atenção à Pessoa com Fibromialgia da Unesc, quase 5 mil pessoas foram atendidas em dois anos de atividade. O modelo deu tão certo que vem inspirando projetos similares não somente no estado e país, mas internacionalmente. A Itália, por exemplo, já está interessada em conhecer o trabalho que é pioneiro no Brasil, e o município de Indaial, no Norte de Santa Catarina, está em fase de implantação do programa inspirado na universidade.
A busca pela referência, conforme a delegada voluntária da região Sul da Associação Nacional de Fibromiálgicos e Doenças Relacionadas (Anfibro), Flávia Mesquita, se dá pelo método no atendimento realizado ao fibromiálgico. “Um dos grandes diferenciais da Unesc está no atendimento multidisciplinar que é o ideal para quem sofre com a Fibromialgia. A Universidade foi pioneira no Brasil e está servindo de molde para muita gente. Portanto, levamos esse exemplo para vários lugares”, relata Flávia, que também é coordenadora do Comitê de Saúde do Grupo de Mulheres do Brasil, Núcleo Joinville.
No atendimento multidisciplinar, a equipe multiprofissional em saúde é composta por profissionais de diferentes áreas que trabalham conjuntamente em prol da saúde e do bem-estar de um paciente ou mesmo de uma família, o que permite a percepção do problema a partir de diferentes olhares, podendo haver um cuidado mais eficaz.
“O tratamento multidisciplinar é importante por ser uma dor generalizada e intensa com influência de vários fatores e que acaba atingindo vários sistemas orgânicos. Aqui cada um trabalha dentro das suas especialidades e em conjunto com os demais profissionais das outras áreas de acordo com a necessidade de cada paciente. Este processo chama-se Projeto Terapêutico Singular (PTS) e faz parte da Política de Humanização proposta pelo Ministério da Saúde”, explica a então gestora das Clínicas Integradas da Universidade, Mágada Tessmann.
Segundo ela, isso também permite que o atendimento seja mais horizontalizado, sem a supervalorização de uma única disciplina ou profissão, concedendo maior diálogo entre os profissionais e uma assistência mais humanizada. Para isso são envolvidos especialistas, como nutricionista, psiquiatra, profissional da educação física, fisioterapeuta, cirurgião dentista, enfermeiro, dentre outros. “A proposta é que cada um tenha seu projeto terapêutico singular discutido pela equipe e pelo paciente promovendo maior comprometimento dele mesmo e sua família. Com a terapêutica proposta e construída em conjunto, promove em via de regra, uma resposta mais eficiente e até mais rápida, o que é importante para o quem sofre”, analisa Mágada.
“Além da dor da Fibromialgia, outras patologias devem ser analisadas e é nesse momento que temos que saber diferenciar o que é a fibromialgia e o que não é, e até que ponto a dor está sendo, em virtude da síndrome. Precisamos oferecer uma oportunidade para que consiga lidar com a dor no dia a dia e com as suas limitações. Cada paciente tem a sua percepção de dor”, analisa a fisioterapeuta Kálita Silveira Nunes.