Jornal Gazeta
Cotidiano | 06/12/2014 | 07:43
Hidrogel deve ser aplicado com cautela
Especial do Jornal Gazeta
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A busca pela beleza e por padrões tem feito muitas brasileiras buscarem alternativas para atenderem essas exigências. A modelo Andresa Urach, que hoje é apresentadora de televisão, é um exemplo. Ela se submeteu a um procedimento para implantação do hidrogel há cinco anos. Em julho de 2014, sentiu dores e passou por duas cirurgias para drenar o restante do produto que ainda estava em seu organismo, o que resultou em uma infecção generalizada.
“O hidrogel, vendido no Brasil como Aqualifit, é um preenchedor semipermanente, ele não vai durar a vida toda. Os efeitos permanecem por dois anos, e você pode encontrar resquícios do produto até cinco anos depois’, explica a médica cirurgiã plástica Glayse June Favarin. O produto tem liberação da Anvisa e é utilizado no mercado desde 2008. “A tendência é de utilizar sempre produtos absorvíveis, porque você tem maior controle”, relata.
De acordo com Glayse, o hidrogel entrou no mercado da cirurgia plástica para preenchimento na face. “Utilizamos pequenos volumes para fazer volumetria, em tecidos bem profundos próximo ao osso, para preencher maçã do rosto, marcas de expressão, para aumentar o queixo, 3ml ou 5ml, volumes bem pequenos, quanto menor o volume, menor risco, menor sequela e menos chances de processo inflamatório”, exemplifica.
Outra opção é o ácido hialurônico,. Depois de dois anos da aplicação, o produto está totalmente absorvido pelo organismo. Mas por ser um produto caro ninguém usa o ácido hialurônico em grandes quantidades. “Não há uma normativa dizendo que seja proibido fazer o aumento determinada região utilizando 100ml ou 200ml com um produto injetável. Como o hidrogel, teoricamente, ele está liberado e pode ser usado adequadamente”, diz.
Conforme a doutora, o mais indicado para fazer preenchimentos de áreas como coxas e glúteos, é a utilização de próteses. “Caso ocorra alguma rejeição, ou uma infecção como da modelo, a prótese é retirada mediante operação, sem problemas. Já o produto injetável, depois de aplicado você nunca terá condições de retirar tudo, porque ele fica solto, você não sabe onde está o produto no corpo. Não é que ele vai migrar, mas é que caso algum dia ocorra algum problema, você não tem como ter certeza do que foi retirado e o que permaneceu”.