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Cotidiano | 16/02/2018 | 07:00

Irresponsabilidade humana no litoral leva animais marinhos à morte

Redação | com a colaboração de Mayra Lima, da Unesc

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Verão, sol e praia. Esse programa prazeroso é a principal escolha entre aqueles que gostam de curtir a estação mais quente do ano em um espaço natural. Entretanto, a falta de cuidado e respeito com a natureza pode transformar essa atividade tão comum em algo desastroso.Segundo o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, mais de 95% do lixo encontrado nas praias brasileiras é composto por itens feitos de plástico, como garrafas, copos descartáveis, canudos, cotonetes, embalagens de sorvete e redes de pesca.

“Vários animais acabam ingerindo diretamente, e indiretamente, esses resíduos plásticos. Por exemplo, existe uma espécie de tartaruga marinha que se alimenta de águas-vivas. Quando ela vai se alimentar, e há sacolas plásticas boiando, aquele movimento ondulatório faz ela acreditar que é uma água-viva. Essa sacola fica trancada na região da glote, que faz o animal morrer asfixiado”, lembra o biólogo do Museu de Zoologia da Unesc, Rodrigo Ribeiro de Freitas. Das seis tartarugas de couro registradas pelo Museu da Unesc, ao menos quatro tiveram restos de plástico na região da glote.

“Geralmente os animais estão em rota migratória, e quando procuram a praia, o fazem para descansar e se recuperar do longo percurso que percorrem. Alguns animais precisam descansar por dois, três e até quatro dias antes de voltar para o mar e terminar seu percurso. A praia é o habitat natural desses animais. É normal eles estarem lá. Isso que as pessoas precisam entender”, ressalta o comandante da Polícia Ambiental, tenente João Hélio Schneider de Siqueira Santos. O órgão trabalha em parceria com o Museu da Unesc há mais de 15 anos.

“O museu realiza monitoramentos no litoral sul catarinense com o objetivo de avaliar os impactos antrópicos sobre a fauna marinha. Além disso, também promove em seu público visitante, por meio de seu acervo e de seus programas educativos, reflexões sobre a importância e a fragilidade do ambiente marinho”, comenta a coordenadora Morgana Cirimbelli Gaidzinski. A atuação se estende desde a barra do Camacho (Jaguaruna) até a barra do Mampituba (Passo de Torres). São 120 km de praia monitorada.