Cotidiano | 08/01/2013 | 09:30
JMJ deixa legado de fé na região
Especial de Samira Pereira, do Jornal da Manhã
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O maior símbolo da Jornada Mundial da Juventude, a Cruz Peregrina, partiu para um novo destino, mas deixou à comunidade diocesana de Criciúma um legado de fé, amor e renovação espiritual. Milhares de pessoas acompanharam a passagem do objeto pela região, que veio junto aos ícones de Nossa Senhora e da beata Albertina. Durante quatro dias, independente das condições, do calor ou temporais, os fiéis se dispuseram a sair de casa e deixar o descanso de lado para poder encostar no símbolo que tantos lugares do mundo já percorreu, levando uma mensagem de fé e devoção.
A cerimônia de envio para a Diocese de Tubarão ocorreu ontem à tarde, no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Urussanga, e contou com a presença da comunidade, pacientes, funcionários e internos da Clínica de Recuperação Wernon Johnson. O bispo de Criciúma, dom Jacinto Inácio Flach, foi quem conduziu a celebração. “Esses quatro dias foram surpreendentes, superaram nossas expectativas. O povo participou, percebeu que este é um momento diferente, um momento de união”, relata o religioso.
Para ele, a maneira da qual as pessoas se portaram mostrou segurança e tranquilidade, o que reflete a paz que vem da cruz e de Nossa Senhora. O padre Antonio Mendes, da paróquia de Criciúma, reforça as palavras do bispo dizendo que “a passagem dos símbolos por aqui promoveu uma renovação espiritual muito grande. Os jovens, por exemplo, em momento algum se mostraram indiferentes ao que estava acontecendo. Eles participavam com amor e devoção”, fala o religioso.
O católico Juarez Silva Cavagnoli fez questão de tocar nos símbolos e, em seguida, fazer o sinal da cruz. Emocionado, conta que esperava com ansiedade este momento. “Eu acompanhei nos jornais e notei o quanto é grandiosa a Jornada Mundial da Juventude. Se eu pudesse e fosse um pouco mais jovem, com certeza iria até o Rio de Janeiro”, fala. “Poder encostar na cruz que girou o mundo e que foi idealizada por João Paulo II é um grande motivo de alegria”, completa.
Para o pároco de Urussanga, padre Jiovani Manique Barreto, foi muito bom poder participar de uma caminhada tão importante quanto esta. “Nosso povo acolheu, rezou e se emocionou com a passagem por aqui, mesmo que breve. Hoje, os pacientes do hospital, assim como os internos da clínica de recuperação, tiveram um momento especial de oração e reflexão”, explana o padre. Após a cerimônia de envio, os símbolos partiram para a Diocese de Tubarão, onde permanecem por mais quatro dias. Em seguida, eles seguem seu caminho pelas comunidades catarinenses e brasileiras, até chegar ao dia do evento na cidade de Rio de Janeiro, em julho deste ano.
Sexta-feira da semana passada, quando a Cruz Peregrina passou por Urussanga, a senhora Maria de Lourdes Vendramini agarrava a imagem de Jesus com toda a força que podia, pedindo em pensamento pelo filho de 42 anos, que naquele momento estava passando por uma cirurgia para retirada de nódulos malignos no estômago. “Ele havia feito os exames mais sofisticados em Criciúma e Florianópolis, e todos acusavam o problema. Como já tinha sofrido com câncer há alguns anos, os médicos afirmaram que havia retornado. Nós estávamos desesperados”, conta a mãe.
No decorrer da celebração, na Matriz Nossa Senhora da Conceição, Maria de Lourdes não deixava de repetir em pensamento as frases “Salve, cruz libertadora, liberte meu filho. Jesus Cristo, encosta tuas mãos nele, para que corra tudo bem durante a operação”. “Eu olhava para a imagem da mãe de Deus e pedia em oração, chorando o tempo todo. Eu sabia que ela intercederia pelo meu filho”, fala a fiel.
Quando chegou em casa, diz a senhora, o telefone tocou. Era do hospital em que o filho estava internado, em Florianópolis, dando à família uma notícia jamais imaginada. “Eles me falaram que não havia nódulo nenhum, era só uma infecção no órgão. Os médicos ficaram impressionados, porque os exames feitos anteriormente apontavam o problema maligno. Ninguém soube dizer o que aconteceu, mas eu sei bem. Tenho certeza de que foi graça divina, foi um milagre de Deus, que olhou por mim e pelo meu filho na cama daquele hospital”, informa.
Hoje, ou no máximo amanhã, o filho de dona Maria de Lourdes volta a Urussanga. Ele teve de fazer a cirurgia do mesmo jeito, já que a constatação do nódulo maligno havia sido feita por diferentes equipes médicas anteriormente. Para felicidade da mãe, foi tudo bem, até melhor do que estava sendo aguardado.
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