Lucas Lemos [Canal Içara]
Cotidiano | 01/06/2017 | 17:02
Mamãe Bugou: mais do que uma família unida, youtubers descolados
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
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Em meio a descoberta de como lidar com o diagnóstico de autismo, a família Pacheco de Jesus encontrou no YouTube um meio de se reconectar. “Fizemos isso para o Filipe se soltar. Hoje ele conversa mais com as pessoas. É uma forma também de estar presente no mundo deles. Passamos a ter mais assunto”, afirma Sabrina, atualmente, protagonista do Canal Mamãe Bugou. Além de contribuir com interação social do caçula de seis anos, a experiência serviu para burlar um pouco a timidez do filho mais velho, Erick, de 11 anos. “Algumas pessoas agora vem falar comigo por causa dos vídeos”, aponta o jovem morador do bairro Jardim Elizabete.
“Eles gostam muito de youtubers e também de jogar. Meu filho Erick sugeriu e decidimos também criar o nosso canal. A proposta era principalmente para o Filipe se entrosar. Isso foi em janeiro. Tentamos deixar o mais natural possível. O Filipe não gosta de foto, nem de vídeo, mas até se esquece da câmera”, lembra a mãe. Segundo ela, o desafio atualmente da família é criar pelo menos um vídeo a cada semana. O trabalho começa com a pesquisa de jogos e de atividades. Em seguida, passa pela avaliação dos pais para as gravações no quarto dos meninos com um celular. E toda a edição final fica então para o papai Márcio Rossi.
“É um tipo de vídeo que não abrange muitos adultos. Por isso não há muita interação com outras mães. O autismo nem mesmo é discutido. Ainda falta muita informação. Tem apenas um vídeo em que apareço com uma camiseta sobre o assunto. A ideia é fazer para meus filhos se divertirem”, ressalta Sabrina. “O caso do Filipe é de nível baixo. Ele é uma criança muito querida. Descobrimos o diagnóstico devido a escola. A direção nos chamou ano passado e apontou que o Filipe era diferente dos coleguinhas. Procuramos dois neurologistas. Ambos apontaram o autismo. A partir de então iniciamos o tratamento”, completa.