Cotidiano | 07/05/2010 | 09:36
Mamães aguardam a casa cheia
Larissa Matiola (Jornal Gazeta) - redacaogazeta@engeplus.com.br
Compartilhar:
Os tempos mudaram. As famílias diminuíram. Nossas avós tinham cerca de cinco filhos. Nossas mães tiveram no máximo três. Já a atual geração quando pensa em ter filhos, este número fica limitado a quase uma criança por casal. Ainda assim, o sonho de muitas mulheres é conceber um filho. Esse sentimento aflora sempre que se aproxima o dia delas, o Dia das Mães, comemorado no próximo domingo, dia 9 de maio.
Catarina de Oliveira Goudinho, de 71 anos, nasceu em Laguna e hoje reside em Içara. Casou com 14 anos, com toda pompa e circunstância, em 1953. Na época, tinha apenas uma certeza: ter quantos filhos Deus quisesse. Acostumada com casa cheia, ela sempre sonhou com uma mesa rodeada de crianças para os almoços de domingos e comemorações importantes. E não é que o destino tratou de atender o sonho de Dona Catarina. Ela teve oito filhos, três mulheres e cinco homens, 19 netos e oito bisnetos. Só falta agora realizar o sonho de ter um tataraneto.
“Eu amo minha família, somos muitos unidos. Pra mim desempenhar bem o papel de mãe é saber dar conselhos, e saber calar na hora certa”, afirma e acrescenta. “Fico emocionada quando vejo a casa cheia, as crianças correndo de um lado para o outro, meus filhos unidos se divertindo juntos. Agora que estamos sozinhos, eu e meu marido sentimos falta do tempo em que todos moravam com a gente”, destaca Catarina. Emocionada, a caçula Elisangela de Oliveira Goudinho Feliciano reflete sobre as qualidades de sua mãe. “É uma mulher ótima, super nota dez, muito batalhadora e dedicada a criação dos filhos”, conta ela que tem uma filha, Camila de 12 anos. “Hoje entendo perfeitamente tudo o que ela sempre nos ensinou e procuro repassar tudo para minha filha”, complementa.
Hoje Catarina sofre pelo fato de não ter todos os filhos morando próximos a ela. Das três mulheres, uma mora em São Paulo, com o marido e os dois filhos. “Ela vem só umas duas vezes por ano, e eu fico aqui com o coração apertado de saudade”, revela. Para o domingo em comemoração ao seu dia, a matriarca não quer saber de almoçar em casa. O destino será algum restaurante de Nova Veneza. “Assim já aproveitamos para dar uma volta também”, fala entre sorrisos.
Ser mãe, avó, bisavó. Felicidade que apenas as mulheres que já passaram por elas sabem explicar. Dona Sueli da Silva de Oliveira, de 75 anos, viveu essa alegria com o nascimento dos dois filhos, Maria Antonia e João, dos seis netos e duas bisnetas. De toda a família, apenas dois netos moram longe da matriarca. O restante reside em Içara. A filha mora em uma casa construída ao lado da residência de Sueli.
“Apesar de ser pequena minha casa, adoro ver todos aqui durante os finais de semana. Em dias de calor, vamos todos para frente da casa, e conversamos por horas”, conta. Entretanto, não só de alegria são feitos os dias dessas mulheres e os de dona Sueli. “É uma alegria ter minhas bisnetas comigo, poder criá-las e educá-las me faz sentir viva novamente”, confessa. Ela cuida das crianças desde o ano passado quando a neta Camila faleceu. “Sinto falta da minha mãe, mas também gosto de estar aqui, da movimentação da casa, nós nunca estamos sozinhas aqui”, comenta Carina.
Para comemorar o dia das mães, como acontecem todos os anos, filhos e netos devem se reunir na casa de dona Sueli. “Eles combinam tudo escondido de mim, para chegar no dia e me fazer uma surpresa”, fala ansiosa Sueli.
Na edição 351 do Jornal Gazeta você também confere:
» SEGURANÇA: Crimes cometidos por menores crescem no município.
» ECONOMIA: Novo aumento no preço do leite