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Lucas Lemos [Canal Içara]

Cotidiano | 16/03/2021 | 12:53

Médico intensivista relata desafios após um ano contra a covid-19

Marcelo Vinhas atua desde o início da pandemia em hospitais de Içara e Criciúma

Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com

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Em sua formação acadêmica na Universidade Católica de Pelotas (RS), Marcelo Vinhas passou pelo estágio de terapia intensiva e se apaixonou pela especialidade. Decidiu que esta seria a sua atuação profissional e garante que nunca se arrependeu, nem mesmo diante da atual pandemia. Aos 34 anos, o médico intensivista está no enfrentamento da covid-19 desde as primeiras internações no Hospital São Donato, em Içara, e no Hospital São José, em Criciúma, uma rotina que já se estende por um ano.

Conforme Marcelo, o desafio em março de 2020 foi entender a evolução da doença e os tratamentos. “Hoje, o maior desafio é lidar com as UTIs lotadas, os óbitos e o cansaço. Faz um ano que estamos trabalhando intensamente, muito mais do que já seria habitual”, relata. “Mudou muito a forma de enxergar a doença. Os equipamentos de proteção são muito seguros e pudemos avançar no suporte dentro da UTI, mas o tratamento medicamentoso não teve muita mudança. Muitas drogas surgiram e a maioria não mostrou benefício”, acrescenta.

Marcelo é diretor-técnico do Hospital São Donato, coordenador das UTIs na unidade de Içara, além de coordenador da residência de clínica médica no Hospital São José e professor de Fisiologia no curso de Medicina da Unesc. Mesmo no contato diário com a doença, o contágio dentro dos ambientes hospitalares é raro devido a toda a paramentação exigida. Marcelo nunca foi infectado. O problema está fora do ambiente hospitalar, onde ocorrem aglomerações.

Segundo o médico, o que se observa na medicina agora é a aceleração da gravidade dos casos e a consequente elevação da fila de espera por leitos de terapia intensiva. “Até dezembro, os pacientes vinham para a UTI do oitavo ao 10º dia do início dos sintomas. Hoje já vem no terceiro ou quarto dia. A gente está lutando todo dia. E cada onda que chega, parece que não vai ter fim. Mas terá sim. Vamos conseguir imunizar a população e encerrar a pandemia”, pontua.