Cotidiano | 01/02/2010 | 14:58
Mirante: A história de um cartão postal
Kênia Pacheco - kenia.pacheco@canalicara.com
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Muitas das pessoas que passam atualmente no Mirante da Caixa D’água, no Rincão, não conhecem a história do local que se transformou em um dos cartões postais do balneário. Hoje, além de proporcionar uma das melhores visões de toda a praia e da Lagoa do Jacaré, conta com um auditório para reuniões e também espaço para a rádio comunitária.
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Mas, os prédios construídos pela Cooperativa de Associados dos Amigos da Praia do Rincão Ltda (Capril), por volta de 1968, tinha o real objetivo de abastecer com água a casa dos moradores e veranistas que viviam na praia. A informação é do empresário Rubens Costa, integrante da cooperativa e um dos idealizadores do projeto. Segundo ele, tal associação teve importância por ter sido a responsável por várias conquistas de desenvolvimento no Rincão.
O local foi construído em cima de uma duna, praticamente ao lado da Lagoa do Jacaré, de onde a água foi retirada e distribuída durante muitos anos. Mesmo diante de tamanha importância, o local também teve seus momentos tristes, de descaso e riscos sociais até chegar a ser cartão postal. Durante muitos anos, as caixas que ficaram vazias serviram de abrigo para usuários de drogas. Rubens conta que na lagoa ficava o motor, em cima de uma laje, onde hoje fica um jardim artificial. Dali a água era bombeada até a caixa e distribuída para as casas.
A costureira Carolina Estácio Ferreira, filha de Vital Mariano (um dos primeiros moradores do Rincão), diz que a mudança foi um verdadeiro alívio aos moradores que conviveram muito tempo com os problemas sociais. “Era difícil passar ali até durante o dia. Com os usuários de drogas, com o matagal e o descaso, até nossas casas ficavam desvalorizadas por estarem próximas”, comenta ela.
MUDANÇA: A transformação da duna em um cartão postal com utilidade para os moradores do Rincão não aconteceu de uma hora para a outra. O projeto foi assumido pelo ex-vice-prefeito e até então secretário de Planejamento de Içara, Naelti Vianna. Para ele, a obra vai ficar na história do Rincão, principalmente pelo valor que possui na memória dos moradores da comunidade. “Neste momento a necessidade é que as caixas se transformem em patrimônio histórico, para que elas possam receber todos os cuidados fundamentais de preservação e assim permanecer em poder da comunidade”, destaca.
HOMENAGEM: Naelti relata que o auditório foi criado para suprir a necessidade das entidades organizadas do Distrito que não tinham local adequado para suas reuniões. A escolha do nome foi em função da Professora Noca ser a primeira na Praia a alfabetizar os moradores que fixaram moradia. Com 65 metros quadrados, dois banheiros e um hall, a obra iniciada em 2003 teve inauguração no ano seguinte.