Cotidiano | 06/07/2012 | 09:11
Morte por Gripe A é confirmada em Sombrio
Especial de Milena Vitto e Priscila Ugione, do Jornal da Manhã
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Uma mulher de 52 anos, de Sombrio, faleceu ontem por Gripe A, no Hospital São José, de Criciúma. A vítima havia sido internada no dia 28 de junho e, em seguida, um exame confirmou a contaminação pelo vírus H1N1. Ela recebeu o tratamento específico, mas acabou não resistindo e veio a falecer.
Outras duas mortes já haviam sido confirmadas no Vale do Araranguá no mês passado. Um dos casos envolveu uma menina de 14 anos, de Turvo. O segundo vitimou um homem de 48 anos, de São João do Sul. Já na Região Carbonífera, outros dois óbitos pela Gripe A foram confirmados. O primeiro foi de um homem de 56 anos, de Treviso, em junho. O mais recente, até então, foi o da mulher de 52 anos, de Criciúma, no dia 26.
Desde segunda-feira, a Central de Saúde de Criciúma atua como Centro de Triagem para a população com sintomas da gripe. O local funciona ao lado do Hospital São José, das 13h às 22 horas, com uma média de atendimento diário de 50 pessoas. A medida foi tomada para evitar filas no pronto socorro da unidade hospitalar.
Conforme a secretária do Sistema da Saúde, Franciele Gava, o centro aumentou a acessibilidade dos pacientes. “As pessoas saem de lá com o diagnóstico. Se apresentarem alguma complicação, são encaminhadas ao São José para fazer exame da gripe H1N1. Se não, são liberadas”, alerta Francielle. A previsão é que o centro atenda durante o mês de julho, inclusive nos fins de semana, no mesmo horário. Os pacientes encaminhados ao hospital são aqueles que, além do sintoma da gripe, ainda apresentam falta de ar.
Há uma semana com tosse e febre alta, Deomício Vitorino André resolveu procurar a triagem para verificar a saúde. “Estou tomando remédio, mas não melhorei ainda. Não consigo nem falar direito, e isso está me deixando muito preocupado. Espero que seja apenas mais um resfriado”, revelou ansioso Vitorino, enquanto aguardava ser atendido pelo médico.
A antecipação das férias na rede de ensino do município também vem sendo estudada. Na próxima segunda-feira haverá uma reunião com a secretária do Sistema de Educação, Olnete Regina Bez Fontana, para discutir o assunto. “Em virtude do frio, estamos avaliando não só a antecipação das férias, como também a prorrogação. O nosso grande objetivo é evitar a proliferação do vírus”, salienta a secretária.
Diferente do que foi publicado na última quarta-feira, as 13 mil vacinas disponíveis para os doentes crônicos são para toda a Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), não somente para Criciúma. “Cada município faz um levantamento do número de doses conforme a quantidade de crônicos que possuem”, informa o gerente regional de Saúde de Criciúma, Roque Salvan.
Alunos do Colegião protestam por vacinas
Mais de 600 alunos do Colégio Estadual Sebastião Toledo dos Santos, o Colegião, de Criciúma, protestaram na manhã de ontem, em frente ao colégio, pela disposição de vacinas contra a Gripe A para todos os estudantes de colégios da rede pública e particular. De acordo com a estudante do terceiro ano e uma das organizadoras do protesto, Amanda Varela, a maioria dos alunos do colégio não tem condições de pagar pela vacina. “Nem todo mundo tem R$ 70 para pagar por uma vacina. É uma preocupação geral, pois já há três alunos do colégio que estão com suspeitas da Gripe A. É perigoso, estamos expostos a isso. Temos muito medo de contrair o vírus. Por isso, pedidos pela vacina para todos, não só alunos, para aqueles que também não têm condições de pagar”, conta.
Além do protesto, a estudante conta que os alunos estão recolhendo assinaturas para o abaixo-assinado. “Nós queremos chamar atenção dos órgãos competentes. Estamos recolhendo o máximo de assinaturas e vamos atrás dos nossos direitos. É um direito de todos, pois todos nós pagamos impostos e merecemos receber a vacina”, determina.
Os professores também apoiaram o protesto. A professora de química, Ângela da Silva, explica que a ação dos alunos é importante porque não pede por vacinas apenas para os alunos do colégio, mas também para a população inteira. “Os alunos estudam em salas fechadas e convivem com muita gente. São muitos alunos aglomerados, e como já tem alunos com suspeita e estão isolados, os outros alunos estão com medo. Mesmo que estes alunos não estejam vindo para a aula, o risco de contágio é muito grande”, ressalta.
A orientação para os estudantes é que se estiverem com febre alta e gripe muito forte, que fiquem em casa. “Um dos alunos que estava com suspeita de Gripe A, chegou a vir para o colégio tomando Tamiflu. Isso deixou os alunos mais assustados ainda. Tem outros alunos também que estão esperando os resultados dos exames. Muitos estão faltando às aulas por medo, mas chegamos a um acordo que se houver suspeita, o aluno deve ficar em casa e procurar um médico imediatamente.
O professor de Língua Portuguesa e Inglesa, Elias Bittencourt, também participou do protesto. “Todos os que participaram entenderam a importância de fazer a vacina. Acho que todos deveriam ter acesso, principalmente os grupos de risco. Seria um custo alto pro governo, mas é algo que pode salvar vidas”, opina.
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