Mosquitos sinalizam desequilibro

A mortandade de peixes nas lagoas do município tem preocupado quem usa das fontes mananciais. Como toda a ação tem uma reação, uma nova constatação surgiu. A redução na população de carás pode ter causado o aumento de mosquitos na região. Segundo Maria Alvani Eleodoro Fernandes, moradora há 13 anos nas proximidades de Lagoa dos Esteves, quando a noite se aproxima a quantidade de mosquito é tanta que pode ser comparada a um enxame de abelhas.

"Preciso passar veneno para tirar os mosquitos que ficam nas redes de proteção antes de fechar as janela", acrescenta. "Isso nunca aconteceu aqui. Começou de uns dias pra cá, depois da mortandade dos peixes", enfatiza Maria. Além de incomodar, o numero excessivo do inseto também já causou prejuízos financeiros. Maria conta que gasta uma lata de inseticida por dia e, ainda assim, não conseguiu mais alugar o salão de festas que possui. " Não se pode nem tocar nas árvores, pois os mosquitos saem como um enxame de abelhas", explica ela.

Rodolfo Moura que já trabalha há 5 anos na região confirma a informação. E, acrescenta que nunca viu nada igual. O pedreiro conta que almoça na beira da lagoa e tem dias que a quantidade de larva do mosquito é tanta que chega a assustar. "O que chama a atenção é que nos açudes não tem registro de larvas ", pontuou Moura.

Para a bióloga Claudete Constante, a morte dos peixes pode ter causado um desequilíbrio ambiental, já que o cará se alimenta de larvas de mosquitos. Mas, outros fatores podem ter causado isso, como por exemplo, o calor, a ausência de vento e o excesso de umidade. "Não podemos fazer afirmações sem um estudo sobre o caso", pondera ela.

Ricardo Garcia da Silva, biólogo da Fundação Ambiental de Içara (Fundai)i, também não descarta a causa estar relacionada a morte dos peixes. Contudo, ele também considera precipitada a constatação já que a temperatura, a umidade e a baixa movimentação eólica influenciam bastante naquela região.


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