Lucas Lemos [Canal Içara]
Cotidiano | 16/11/2018 | 14:27
Município oferece apoio para médicos cubanos permanecerem em Içara
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
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Dos 14 participantes do Programa Mais Médicos em Içara, nove são cubanos - que atendem nas unidades de Vila Nova, Jussara, Boa Vista, Terceira Linha, Aurora, Raichaski e Elizabete - e deverão retornar para o país de origem. Conforme o prefeito Murialdo Canto Gastaldon (MDB), a cidade terá prejuízo de imediato devido a qualidade do serviço prestado até então e ainda pela falta de profissionais para a substituição. “Soubemos pelos próprios médicos que assim que chegarem as passagens deverão deixar o país. Estamos bastante preocupados. Eles fizeram mais de 19 mil atendimentos somente no primeiro semestre. É uma produção muito alta e uma aceitação também elevada”, indica a secretária Municipal de Saúde , Jaqueline dos Santos.
A desistência do governo de Cuba atinge aproximadamente 8,3 mil profissionais que atendem quase 20 milhões de pessoas no Brasil. Os profissionais que quiserem continuar no país deverão revalidar os diplomas, uma das exigências para a continuidade do acordo. Em contrapartida, teriam desta forma o salário integral. Atualmente, 70% do valor pago vai para o Governo de Cuba. As vagas abertas serão preenchidas por brasileiros ou estrangeiros de outros países. “Não é pelo Twitter ou pela rede social que as cláusulas deveriam ser debatidas", critica o prefeito. “Se os cubanos quiserem ficar em Içara, terão todo o nosso apoio”, completa. Uma reunião deve ocorrer ainda nesta sexta-feira para o auxílio aos profissionais.
Para o prefeito, o revalida deve permanecer isento na atenção básica. “Eu conheço vários membros das famílias dos cubanos que vieram ao Brasil. Eles também foram para lá. Em relação ao salário, acho que pode ser discutido. Mas não é pelo Twitter”, acrescenta. “Temos médicos que tinham contrato até 2022. Outros acabaram de chegar e ficaram por quase três meses”, indica Jaqueline. Içara é a cidade que mais tem médicos cubanos na Região Carbonífera. O investimento do Governo Federal chega a R$ 170 mil, um recurso que não passa pelo Município, pois vai direto para a Organização Panamericana da Saúde. A tendência é que parte dessa demanda recaia então no Hospital São Donato.