Municípios contestam resultado do Censo

Historicamente realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico não ocorreu em 2020, como previsto, devido à pandemia de coronavírus, mas o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicava a cada ano a estimativa populacional. Em dezembro de 2022, houve também a divulgação de uma prévia do recenseamento e, nos dois casos, as projeções demonstravam que Içara teria uma população maior do que a divulgada nesta semana.

Conforme os primeiros resultados do Censo 2022 publicados pelo IBGE, o município conta com 59.035 residentes, diante dos 64.456 habitantes apontados na prévia – na última estimativa populacional feita pelo instituto, em 2021, a população estimada era de 58.055 moradores. A diferença provocou a contestação dos resultados pelo município, sobretudo, pelo impacto que pode causar no repasse de recursos públicos.

“Fomos surpreendidos com essa contagem de menos de 60 mil habitantes, o que significa menos dinheiro para a saúde, para a educação, para obras. Muita gente não foi recenseada, não foi entrevistada. Deveria ter 53 recenseadores trabalhando em Içara, mas nunca teve mais que 17 na equipe. Vamos à Justiça. Não permitiremos que seja tirado dinheiro do município”, afirma a prefeita Dalvania Cardoso (PP).

Segundo os dados do IBGE, do total de 59.035 habitantes, 56.540 foram recenseados, enquanto 2.495 formam a chamada população imputada, ou atribuída, que é calculada com base na média nacional de pessoas vivendo por domicílio, sobre o total de residências fechadas, mas ocupadas, encontradas pelos técnicos do instituto durante o levantamento das informações.

Mobilização

Os prefeitos da Associação dos Municípios da Região Carbonifera (Amrec) têm reunião marcada para terça-feira, dia 4, às 8h30, para debater os números do Censo. Durante o encontro haverá uma avaliação prévia dos resultados na região, para o encaminhamento dos devidos questionamentos ao superintende estadual do IBGE, Roberto Kern Gomes, no dia 11 de julho, em Florianópolis.

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) pontua que “os dados não representam com fidedignidade a realidade do país e impactam diretamente nos recursos transferidos aos entes locais, especialmente em relação ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e a diversos programas federais que consideram o porte populacional”. A entidade atua por novo levantamento já em 2025.