“Não existe um perfil do abusador”

“No abuso sexual as questões econômicas são incidentes, mas não determinantes. Não existe um perfil do abusador. Atingem todas as classes sociais, econômicas, ocupação profissional, condição sexual, concepção religiosa”. Assim definiu o palestrante e professor pós-doutorado em Direito, André Viana Custódio. O alerta foi dado no segundo fórum sobre o Enfrentamento ao Abuso Sexual Contra Crianças e Adolescentes realizado no Clube Ipiranga na tarde desta quarta-feira, dia 24. Participaram professores da rede pública e alguns pais convidados.

“As pessoas precisam denunciar, garantir que a denúncia traga resultados e acompanhá-la. Não ter medo de se incomodar, de não querer brigar com vizinho... É muito importante que as pessoas participem da rede de proteção”, aponta o prefeito Murialdo Canto Gastaldon. “A criança traz dentro de si a inocência e muitos aproveitam disso para explorá-las. A exploração sexual infanto-juvenil está em terceiro lugar, perdendo apenas para o comércio de armas e do narcotráfico. Quem pode combater é a família, a sociedade, com políticas públicas”, destaca a secretária interina de Assistência Social, Vanuza Savi Mondo.

Conforme a coordenadora interina do Centro de Referência Especializada em Assistência Social, Ivonete Martinhago, neste ano já foram atendidos 44 casos suspeitos de violência sexual; 14 psicológicos; 30 físicos; 18 de negligência familiar e 12 de trabalho infantil. “Estima-se que apenas 10% dos casos sejam conhecidos pelas autoridades públicas. Dos agressores, 65% são da família”, lembra o palestrante. As denúncias podem ser realizadas no Conselho Tutelar pelos telefones 3432-7668 ou 8477-8393; no Serviço de Enfrentamento à Violência, ao Abuso e à Exploração Sexual pelo 3432-7247 ou ainda pelo Disque 100.