Cotidiano | 01/05/2021 | 08:00
No Dia do Trabalho, o reconhecimento também aos voluntários
Conheça histórias de pessoas que fazem a diferença com o seu trabalho voluntário
Andreia Limas - andreia.limas@canalicara.com
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Muito além do status e da questão financeira está a realização pessoal proporcionada pelo trabalho. Um bom retrato disso está no voluntariado, no qual a maior remuneração é justamente a certeza de fazer a diferença na qualidade de vida do outro, contribuindo efetivamente para a construção de uma sociedade mais solidária e humana.
“O dinheiro pode nos trazer tranquilidade, mas não podemos ser escravos dele. Desde a minha juventude, já sentia a necessidade de defender uma causa. Percebia as dificuldades e queria ajudar de alguma forma”, conta o empresário Valmor da Silva, voluntário na revisão do Plano Diretor de Içara, um dos fundadores do Observatório Social do Brasil na cidade e do Grupo de Escoteiros do Mar Acácia, de Balneário Rincão, além de atual presidente do Hospital São Donato.
“Continuamos o trabalho no hospital para que as coisas possam acontecer. Na área da saúde é preciso se atualizar todos os dias e temos uma demanda que nunca termina. Hoje, o São Donato já é um hospital da Amrec e a tendência é ser referência, com uma estrutura de primeira linha”, avalia. Sobre a motivação de se envolver em tantas ações voluntárias, Valmor aponta a intenção de engajar mais pessoas à causa. “Temos que fazer a nossa parte e abrir espaço para que outros também venham”, entende.
Longa história
Atual presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Içara, Albertina Niehues também tem uma longa história no trabalho voluntário, sempre ligada às “mulheres de rosa”. Uma das fundadoras da entidade, que completará 30 anos em junho, ela participou ativamente da primeira década de atividades. Nos 20 anos seguintes, conciliou o voluntariado com a carreira profissional, atuando no setor de compras de uma rede de supermercados.
“Faz três meses que me aposentei e agora posso me dedicar integralmente ao voluntariado. Como a Rede já está encaminhada e há tanta gente necessitando de ajuda, quero participar de outras ações. É muito gratificante saber que sua ajuda está amenizando o sofrimento de alguém”, considera.
Aposentadoria
Para a pedagoga, especializada em psicopedagogia e orientação educacional, Iara Amândio Martinez, o voluntariado começou em 2015, quando se aposentou, após 30 anos de trabalho na rede pública municipal de Içara. “Em 2016 já estava na diretoria da Apae e fui eleita para ser presidente da escola. Estou no segundo mandato e a escolha pela Apae foi pela minha formação. Sempre tive esse olhar diferenciado para esses alunos com dificuldades de aprendizagem”, comenta.
“O voluntariado faz a diferença no nosso dia a dia, trazendo algo que vai fazer diferença na vida das pessoas que estão precisando. Fazer esse trabalho voluntário é se doar, trabalhar bastante para buscar alternativas para que a instituição possa funcionar, tanto na parte clínica quanto educacional e social. É preciso inovar constantemente, para oferecer um atendimento de qualidade a nossos alunos”, acrescenta.
Carreira profissional
Bacharel em Direito e pós-graduada em Direito Processual Moderno, Sandremara Costa não exerce a profissão, pois resolveu se dedicar exclusivamente ao filho. “Hoje, ele é um adolescente de 15 anos, mas teve o diagnóstico de autismo aos dois anos e oito meses. E de lá para cá, resolvi me dedicar somente e ele”, explica.
Em 2010, Sandremara começou a prestar trabalho voluntário em uma instituição e se apaixonou pela causa. “Vi o quanto é gratificante poder ajudar outras pessoas que precisam e o que para você talvez pareça pouco, para outros pode ser tudo”, relata.
Junto com outras famílias, a voluntária forma a Associação Beneficente de Apoio ao Autista (ABAA), criada em junho de 2018 e reconhecida como de utilidade pública em Içara no ano passado, atuando como presidente. “A maior satisfação sem dúvida é ver que o teu esforço ajuda muitas pessoas que precisam. Que a tua luta diária é a esperança para muitas famílias”, define.