Cotidiano | 15/04/2010 | 15:24
O clima pega fogo em Barra Velha
Kelley Alves (Jornal A Cidade) - contatos@clicrincao.com.br
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O que era para ser apenas mais uma reunião da Associação de Moradores se tornou uma verdadeira discussão, com direito a ânimos alterados e lavação de roupa suja. Foi assim que prosseguiu o encontro entre alguns moradores da comunidade Barra Velha e a diretoria da associação, na última quarta-feira, dia 7, às 19h30min. No dilema entre dois grupos que lutam entre si, o encontro deixou reflexos de insatisfação e “sede por justiça”.
A conversa alterada foi em torno da Rua Garaldino Bernardino Ferreiras, aberta recentemente pela Administração Municipal. O fato é que esse local gerou desconforto por parte de alguns moradores. Para eles, a diretoria da Associação de Moradores é “movida por interesses político-partidários”. O agente da Pastoral da Saúde, Osvaldo Pucker, esteve na reunião justamente para defender as pessoas que se dizem prejudicada pela ação. “Estou aqui para tentar pôr fim em uma situação que já está se estendendo aqui na nossa comunidade”, levantou a voz, puxando a discussão. Daí para frente o morador expôs toda a situação e chegou a questionar se o presidente, Antônio Sebastião dos Santos (o Marinheiro), e o vice, Mauri Juventino Viana ,conseguiam “deitar e dormir em paz”.
Tudo isso porque as obras teriam causado prejuízo a alguns moradores. O padre Ângelo Galato e uma senhora de 79 anos, conhecida na comunidade por “dona Balbina”, tiveram os seus muros derrubados. “Não entendo como alguém tem a coragem de fazer tamanha maldade com uma senhora de idade e com um padre”, disse Osvaldo, indignado. O outro motivo da revolta foi referente a algumas plantações que o agente mantinha no terreno da casa do padre e que foi totalmente perdido. “Eu plantava ervas medicinais caríssimas, que eu doava para a população... Elas foram totalmente destruídas”, conta. Ele ainda levou na mesma reunião a lista de todas as plantas perdidas anotadas com seus respectivos valores.
Quando o morador concluiu as argumentações, os presentes já estavam agitados na sede do Centro Comunitário. E quem se manifestou imediatamente foi o vice-presidente da associação. “Eu faço questão de falar sobre este assunto porque tive participação direta e sei que não foi bem assim”, iniciou Mauri. Segundo ele, na época em que os representantes do bairro articularam a abertura da rua, o próprio vice conversou com as pessoas que seriam inteiramente envolvidas e, de início, conseguiu chegar a um acordo.
“O padre nos tratou muito bem e disse que não ia ser ele que iria atrapalhar o desenvolvimento da Barra Velha”, relembra. Já dona Balbina, de acordo com Mauri, no início aceitou tranquilamente. “Depois de algum tempo ela nos disse que se o assunto fosse o muro ela não mais queria conversa com a associação”. Ao final, presidente e vice garantiram que todos os que foram prejudicados seriam recompensados. “Já existe na Prefeitura um lote para dona Balbina. É só sair o posto e este lote será entregue”, garantiu o presidente.
Na avaliação de Osvaldo, os fiscais de Obras da Prefeitura são “mal preparados”. A afirmação se dá a partir da maneira com que eles despejaram as pessoas que tinham residências na localidade. “Mesmo sendo um terreno da Prefeitura, só quem pode despejar um morador é o próprio juiz”, contestava. O debate acabou então com a decisão de que os problemas seriam esclarecidos diretamente na Prefeitura.
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