O mundo na palma da mão

Carregar o mundo na palma da mão e, com apenas um toque, fazer coisas que antes era possível somente dentro de casa: assistir aos jogos da Copa, checar os e-mails na Internet, ou encontrar o melhor caminho até a casa de um novo amigo. Se num passado não muito distante os aparelhos de celulares se limitavam apenas a fazer e receber mensagens e ligações, hoje as funções dos chamados smartphones (telefones inteligentes) não têm limites e, acredite, ele pode virar até lanterna e mouse para computador.

Quando decidiu trocar o aparelho, no final de 2009, o jornalista Filipe Casagrande, 23 anos, foi em busca de algo que o auxiliasse no acesso a informação, independente de onde estivesse. TV, Internet e rádio foram os itens exigidos pelo jovem, que não se arrepende da aquisição. “Queria um celular multifuncional, pois paro mais na rua do que em casa e preciso manter-me integrado com a informação”, justifica.

Hoje, mesmo em época de Copa do Mundo, Filipe confessa que usa pouco a televisão, apenas para assistir os jogos devido ao grande consumo de bateria que isto acarreta, mas atualizar o Twitter, ele não deixa de fazer a qualquer hora. “Além de ligar e mandar mensagens, uso meu celular para entrar na Internet, principalmente no Twitter”, revela.

A tendência de se manter conectado a redes sociais pelo celular também é observada por Rafael Rocha, representante das lojas Fale Mais, agente exclusivo da Oi para a região. Conforme ele, os aparelhos chegam a 2010 auxiliando os usuários a relacionar-se com os amigos ao longo do dia por meio do Orkut, Facebook, Twitter; assistir vídeos no YouTube; realizar download de imagens e filmes, entre outras funções. “Com um smartphone é possível estar online o dia todo”, diz.

Mas é quando o Sol se põe que o porteiro Nilton Pedro da Silveira, 50 anos, utiliza um dos diferenciais do aparelho que ganhou de presente do genro, no aniversário, há dois meses. Como precisa permanecer alerta noite adentro, sintoniza um dos canais evangélicos preferidos ou os noticiários para assistir na palma da mão. “Isto é muito bom, foi a melhor coisa que inventaram”, opina.

Para Rocha, é esta variedade de aplicativos presentes em um celular do tipo que conquista o usuário. “São pequenos programas que, literalmente, transformam o aparelho em um tocador de música, GPS, dicionário, leitor de livros e, até mesmo, o faz desempenhar funções mecânicas, como mouse ou lanterna”, ressalta. Facilidades que faz o brasileiro puxar o ranking do povo que mais tempo permanece conectado à Internet no mundo, além de ser o que adota as novas tecnologias com mais rapidez. Segundo o representante, já são mais de 180 milhões de telefones celulares e 67,5 milhões de internautas no Brasil, englobando jovens e adultos, homens e mulheres.

RESISTÊNCIA - Apesar de toda popularidade alcançada pela telefonia móvel e seu avanço tecnológico, ainda há quem resista às facetas dos novos aparelhos, mas, na visão de Rafael Rocha, é quase impossível não se sentir seduzido pelo universo de possibilidades de um smartphone. “Algumas pessoas ainda tem receio em adotar uma nova tecnologia, mas à medida que elas têm um incentivo para perder esse medo, a adoção ocorre de forma natural. Foi assim com a mudança do telefone fixo para o móvel, o uso dos torpedos e agora o uso da Internet no celular”, revela ele, falando em experiência própria. “Depois de baixar alguns aplicativos para deixar o aparelho com o meu jeito, percebi que esse mundo também é pra mim. É um caminho sem volta”, finaliza.