Cotidiano | 21/10/2017 | 11:00
Opinião: O Programa Espacial para 2020
Leitor Mario Eugenio Saturno*
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O Programa Espacial Brasileiro tem muitos erros estratégicos, a começar com os baixos investimentos. Mas algumas oportunidades se abrem a nós como presentes divinos a um escolhido. Como, por exemplo, o projeto Equars que se receber um pequeno investimento pode dar aos cientistas brasileiros a oportunidade de serem os primeiros a fazer ciência na Anomalia Magnética.
O Inpe, no ano passado, ressuscitou o projeto do satélite científico EQUARS, para monitoramento global da atmosfera na região equatorial. Ele tem vários instrumentos para medir os processos dinâmicos e fotoquímicos e os mecanismos de transporte de energia entre a baixa, média e alta atmosfera e ionosfera. A ênfase do estudo é a Anomalia Magnética do Atlântico Sul, anomalia que ficou famosa por desativar os computadores do Telescópio Hubble, toda vez que ele passava sobre o Brasil.
Esse estudo é importante também porque os fenômenos solares são capazes de causar interferências em sistemas como o GPS, além de induzir correntes elétricas em transformadores de linhas de transmissão de energia e afetar a proteção de dutos para transporte de óleo e gás. Ou seja, muito importante para o Brasil.
Por questões de economia, espera-se lançar este satélite como carona. Se o Brasil aplicar dez milhões de dólares em um lançamento próprio, podemos colocar o EQUARS em uma órbita atravessando a Anomalia Magnética o que dará aos cientistas brasileiros a oportunidade única de desenvolver Ciência que ainda ninguém fez. Essa é a hora em que os políticos brasileiros devem escolher que tipo de nação é o Brasil!
*Mario Eugenio Saturno é tecnologista sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.