Cotidiano | 12/03/2012 | 08:35
“Partido só traz discórdias”, diz Daniel
Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com
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Servidor público municipal, Daniel Fernandes divide o tempo também com a participação na Associação Família Feliz. Aliás, trata-se de um dos fundadores e atual presidente da entidade. Aos 49 anos, é casado. Vive com a esposa Raquel Ciquella. E a família é composta também pelos filhos Daniel e Rayssa.
Natural de Içara, Danielzinho deixou o município aos cinco anos por conta da transferência do pai. Mais tarde voltou para a cidade natal. Foi administrador no comércio e também atuou na igreja onde o pai era pastor. Somente em 1986 virou efetivo na Prefeitura.
“Deus deixou um dom para cada um de nós. Já herdei de meus pais. Tenho um coração voltado para os menos favorecidos. No ano de 2001, após várias reuniões entre grupos de amigos com espírito fraternal, então, fundemos a Família Feliz”, avalia como missão. “Temos uma diretoria exemplar e vivemos em harmonia”, completa.
Ex-integrante do PP, Daniel trocou a sigla pelo PMDB. E com a mudança poderá concorrer novamente a uma cadeira no Legislativo de Içara. Quanto a questão partidária, manifesta que preferia dar outro significado ao “P”. “Partido só traz discordas, intrigas e desavenças haja vista o mundo que está muito conturbado e precisando urgentemente de paz”, critica. Confira a entrevista:
Quais os tipos de serviços que a entidade oferece?
Atendemos famílias com crianças de zero a 18 anos ou dependentes. Muitas famílias procuram a entidade. Temos um cadastro muito bem administrado e explícito, onde todos os requisitos e informação das famílias ficam registrados. Oferecemos cestas básicas, remédios, consultas, passagem quando necessário se deslocar a outra cidade para consultar com seu médico já agendado, auxílios financeiros etc... Realizamos religiosamente todos os anos, desde a sua fundação, campanha de Páscoa, agasalhos, Dia das Crianças e um Natal mais Feliz. Tudo planejado com cronograma no começo do exercício, fotos arquivadas na entidade e com prestação de contas.
Além do assistencialismo com a entrega de cestas básicas, existe algum tipo de capacitação para que as famílias não fiquem dependentes?
Hoje já passaram mais de 600 famílias pela entidade. Muitas destas até tinham um poder aquisitivo estável, mas, atravessaram uma fase de sua vida complicada e procuram à entidade. Dali uns meses recebendo cestas básicas e outros beneficiamentos da Família Feliz, suas vidas melhoraram. Algumas delas procuravam a entidade para agradecer e informar que seu poder aquisitivo tinha voltado em harmonia. Mas muitas famílias carentes permanecem até hoje.
Como funciona o cadastramento das famílias? Qual a capacidade de atendimento atual?
As famílias procuram a entidade. Tem uma série de requisitos exigidos. Há uma relação de documentos que elas precisam trazer cópia legível para realização do cadastro. Junto deve ter foto bem legível. Depois é analisado minuciosamente e realizada a visita da assistente social para saber se será ou não aprovada.
De onde vêm os materiais doados? Qual a fonte de renda da Associação?
Boa pergunta! Para realizar um trabalho com ações sociais, tem que ter dom, e, este dom, tem que vir de dentro do coração: um dom de Deus, espírito de fraternidade e sinceridade. É preciso amar a seu próximo assim como a nós mesmo. Corremos de atrás de doadores, ajuda espontâneas, voluntários, pessoas com Deus no coração, que tenham compaixão, amor fraternal verdadeiro. Realizamos projetos e encaminhamos ao Executivo (Prefeitura), Estado, nos reunimos com deputados e solicitamos suas parcerias. Visitamos empresários, comerciantes, etc.
Quais os futuros projetos a serem colocado em prática?
Além dos que já planejamos e mencionados no cronograma anual, já estamos com toda documentação e projeto pronto para realização da construção da sede própria da Família Feliz, haja vista que temos um terreno próximo a Praça da Juventude que foi doado pelo Executivo. Ali não precisaremos pagar mais aluguel. Temos projetos para realizações de cursos para filhos de famílias carentes e precisamos do espaço físico. Já estamos em conversação com alguns deputados estaduais e federais para conseguirmos convênio a verba para assim começar.
Na última eleição, você concorreu a uma vaga na Câmara Municipal pelo PP. Que tipo de lição foi possível neste pleito?
Primeiro, temos que ter a mentalidade voltada para um todo, não pra 1, 2, 3 ou meia dúzia de aproveitadores com pensamento de querer se promover ou se beneficiar em cima de outro ou da sociedade que muito almeja ver um político voltado a tratar, discutir, deliberar e resolver num todo, deixando sempre por dentro dos projetos que está sendo e será aprovado, e, se realmente é bom para toda a sociedade. No dia a dia, sempre estamos apreendendo a viver melhor, ter novas oportunidades, dar oportunidade, dividir coisas boas ao próximo, assim como aprendi, muito também tive a oportunidade de repassar aquilo que eu tinha de bom para os ostros, muitas vezes não concordando com certas coisas, mas obedecendo a legalidade da lei.
E qual o motivo que a fez assinar a ficha no PMDB?
Primeiro; sempre preguei e prego que devemos urgentemente traduzir o significado da letra “P” de Partido, trocando-a por “P” de paz. Partido só traz discórdias, intrigas e desavenças haja vista o mundo que está muito conturbado e precisando urgentemente de paz. O motivo que me fez trocar de uma sigla partidária para outra, falando em partido, apenas uma sigla, é a lei que devemos seguir para poder assim ser candidato. Na última eleição concorri a uma cadeira no Legislativo, sem êxito, mesmo assim, não parei. Continuei fazendo aquilo que mais gosto: ações sociais. Para quem têm bons pensamentos, amor verdadeiro ao seu próximo, fazer algo de bom não precisa ser presidente da República, senador, governador, prefeito, deputado estadual ou federal ou mesmo vereador. O dom de espírito de fraternidade já vem de dentro de cada um, e, devemos fazer sem olhar a quem. Depois que passou a eleição, tinha decidido em não concorrer mais a vereador, e, nosso trabalho na entidade não parou. Tive vários contatos com propostas de várias lideranças de siglas partidárias. Sempre falava a todos: eu quero é um projeto futuro para a cidade vendo ela cada dia mais em crescimento junto com a Família Feliz. Ela faz parte da cidade, e, assim, em reunião, me apresentaram vários projetos. Analisei todos, e, numa forma geral e democrática, digo, não sigla partidária, mas sim quem administra nossa cidade, depois de analisar, averiguar muito bem e minuciosamente, cheguei a conclusão final de que o melhor projeto no momento para o crescimento da cidade seria o que já está em desenvolvimento.
Existe a intenção de disputar novamente a eleição proporcional?
Sou uma pessoa de família muito séria e honesta, de cumprir meus compromissos. Temos um compromisso com muita responsabilidade junto a sociedade, um acordo firmado pensando no crescimento de nossa cidade. Estou cumprindo numa forma muito explícita e com honestidade. Estamos recebendo o mesmo até a presente data. Tenho a plena certeza que receberei até o final o mesmo que estou retribuindo. Sendo assim, poderemos somar para continuar desenvolvendo nossos projetos coletivamente.