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Cotidiano | 05/06/2014 | 09:22

Pedir nas ruas tornou-se um vício

Especial do Jornal Gazeta

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O alcoolismo, drogas e o desejo obsessivo por jogos são alguns dos principais vícios sociais. Além deles, aparece cada vez mais forte Içara o pedincho. O ato ocorre geralmente nas portas dos estabelecimentos comerciais. Para o educador social do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Içara, José Fernandes, trata-se de um vício para quem vive nesta situação. “A pessoa pede, tem facilidade de conseguir e acaba viciando. Como se torna fácil, acaba-se acomodando e vivendo naquela situação. Tem gente que consegue faturar em média R$ 70 por dia”, comenta.

Para a assistente social Daniela Militão, o vício de pedir pode ser relacionado também às profissionais do sexo. “Se tem carro que para, tem lucro. Elas não estão ali porque não tem quem não pague. A partir do momento que a população parar de fazer os programas, elas não estarão mais na rodovia”, comenta. Ainda segundo ela, há políticas para atender quem vive nesta situação, no entanto, elas somente podem ser beneficiadas se tiverem interesse. “Se é idosa, vamos saber por que não está recebendo o benefício e vamos tentar uma maneira com que passe a receber. Se ela está ali porque não tem trabalho, vamos tentar dar uma oportunidade”, explica.

“Não tem outro modo de acabar com esta situação a não ser com a conscientização. Pedir é um vício. Dar esmola não é proibido a ninguém, porque se ajuda quem a pessoa quer. Mas quem está dando, tem que ter a consciência de que está contribuindo para que aquele cidadão viva naquela situação, sem perspectiva de vida diferente sendo que hoje existem políticas públicas voltadas a população. Então dar um dinheiro naquele momento, não sabe se a pessoa comprará pão, um alimento ou se vai alimentar um vício. Não sabemos o fim”, comenta Daniela.

“Existe uma equipe especializada para atender este tipo de casos, trabalhando na abordagem social. Então, uma das orientações é ligar para a assistência social ou então para o Creas, que realiza todo um trabalho especializado, até documento se a pessoa não tiver, é feito”, informa a secretária de Assistência Social, Habitação, Trabalho e Renda do município, Juci Fernandes. O telefone da secretaria é o (48) 3432-7704. Já o contato com o Creas pode ser realizado através do (48) 3432-7247.

“Ficar na rua ou ficar pedindo não é proibido”, informa o educador social do Creas. “O nosso povo tem a cultura da caridade. Vai à Lotérica e quando sobra R$ 0,50 já passa por um pedinte a dá o dinheiro. Essa é uma cultura do nosso povo. O nosso povo é caridoso e muitas vezes até nos constrangemos em não ajudar, até dá um peso na consciência se não doar”, coloca Daniela. “Você chega e diz que chamará o pessoal da Prefeitura para vir conversar e tentar ajudar, já que está no chão gelado, precisando de alguma ajuda. Então pedimos de onde é e geralmente dizem que não precisam de ajuda porque não são da cidade, dizendo que é de outro local e que em breve já pegará ônibus”, acrescenta.