Cotidiano | 20/04/2012 | 09:31
Percursor do mergulho é homenageado
Especial de Lucas Lemos, do Jornal Agora
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Além de Santa Catarina, José Nestor Cardoso já ministrou cursos no Rio Grande do Sul, São Paulo e na Flórida (EUA). Atualmente reside em Içara e mantém uma escola de mergulho na cidade. Trata-se de um dos precursores da atividade no Brasil. Tanto é que no último dia 14 esteve em São Paulo novamente. Mas foi por um motivo diferente. O convite ocorreu para ser homenageado no Professional Association of Diving Instructors Festival.
“Para mim foi maravilhoso. Só de encontrar velhos amigos e estar no meio de mergulhadores discutindo sobre mergulho já valeu a pena. Ao ser homenageado como um dos pioneiros do mergulho no Brasil ficou ainda melhor por ter sido reconhecido meu trabalho e dedicação”, relata José Nestor. O destaque foi dividido ainda com Cláudio Guardabassi, Arduino Colassanti, Guilherme Moreira e Julio Silva. Todos participaram de um bate-papo.
Na 11ª edição, o evento ocorreu pela primeira vez no WTC Convention. Foram 3,1 mil metros quadrados somente para expositores e um auditório para quase 200 pessoas. Considerado referência na América Latina, o Padi Festival reuniu participantes, por exemplo, da Colômbia, Chile, Equador, Honduras, Grécia, Havaí e Bahamas. Em meio aos nomes reconhecidos mundialmente apareceram Jean Michel Cousteau, Lawrence Wahba, as recordistas em apneia Karol Meyer e Carolina Schrappe.
“Aconteceram várias clínicas de manutenção de equipamento, de fotografia submarina, de utilização de equipamento de circuito fechado para mergulho e lançamentos de livros. Também participaram várias entidades que lutam pela preservação da natureza, entre elas, o Sea Shepherd, conhecido por defender as baleias dos baleeiros japoneses”, detalha o mergulhador catarinense.
Oceanólogo formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, José Nestor Cardoso estreou no mergulho aos 6 anos. Foi quando recebeu um conjunto de nadadeiras do pai, máscara e snorkel. Aos 21 anos fez o primeiro curso. Aos 25 começou a ministrar aulas. E desde então são 33 anos na atividade. “Fã de Jacques-Yves Cousteau assistia a todos seus filmes. Fã de Mike Nelson e Viagem ao Fundo do mar não levou a outra coisa”, considera.
“Quando comecei o equipamento era rudimentar. O ensino de mergulho era quase militar. Era na verdade uma grande aventura. Mergulhávamos sem saber quanto ar tínhamos no cilindro, sem equipamento que nos permitisse ajustar a flutuabilidade e as roupas de mergulho eram escassas e caras. Hoje os mergulhadores dispõe de incontáveis agências certificadoras com material didático e metodologia de ensino vanguardistas”, recorda.